Categoria: Crescimento pessoal

Uma amiga no momento mais difícil

terapia

Acho que não falei ainda sobre o que a Terapia do Amor tem feito por mim nos últimos meses. Primeiro, deixa eu explicar o que raios é essa “Terapia do Amor”. Embora o nome possa sugerir isso, não é uma terapia de casal. Nem tem terapeuta, aquele cara que fica anotando coisinhas no prontuário enquanto você fala sem parar em um consultório. Se você quiser aconselhamento, é possível (e gratuito) conversar com um conselheiro, mas não é obrigatório. Eu, por exemplo, nunca conversei. Procuro chegar bem cedo para sentar lá na primeira fileira (para manter atenção total) e fico quietinha, escrevendo ou lendo até começar.

Quando essas palestras específicas para a vida amorosa começaram a ser feitas no Templo de Salomão pelo Renato e pela Cris, eu estava em um momento bem complicado da minha existência. Meu marido decidiu fazer uma cirurgia importante que ele estava adiando há muitos anos. A experiência no hospital foi muito desgastante (ainda preciso escrever a respeito, com mais detalhes), emocional e fisicamente. Foram 15 dias intensos e saímos de lá já sabendo que teríamos um período lento de recuperação pela frente.

Quando voltamos para casa, eu já estava com três projetos importantes atrasados e amontoados. E não tinha nenhuma amiga por perto, porque…bem, nosso ritmo de vida acabava favorecendo o isolamento. Sei que não posso colher o que não plantei, logo, não dava para sair pedindo a amizade de ninguém naquele momento. E eu não podia buscar conforto nas palavras do Davison, porque ele precisava de mim. Ele precisava que eu estivesse forte. Ele precisava que minha fé estivesse em alta e eu não entendia por que ela parecia drenada ao final do dia, mesmo buscando a Deus. Então, veio a Terapia do Amor no Templo de Salomão. Confesso que fiquei “meio assim” de ir sem o meu marido. Mas não durou muito, porque, por favor, né? Eu não poderia perder a oportunidade. Eu tinha que ir lá e pegar o Espírito para a gente. Então, fui.

Eram 7 semanas da transformação da água para o vinho e desde a primeira quinta-feira, a transformação já começou dentro de mim. Eu achava que não tinha problemas de relacionamento, mas tinha, sim. Só que não com meu marido, mas comigo mesma. Eu era muito mais exigente comigo do que jamais fui com qualquer outra pessoa. Se você, que me conhece, acha que eu já fui exigente com você, multiplique por dez e terá uma vaga ideia de como eu era comigo. Naquela semana, por causa da Terapia, fiz uma lista das coisas que queria mudar. Eu queria ser menos exigente comigo, mas sem pender para o lado da autocomplacência. Não queria ser daquelas pessoas que acham que nunca erram e que perdoam (ou justificam) todas as bobagens que fazem sem aprender nada com isso, ou que se poupam ao extremo e acabam perdendo a chance de fazer mais do que a maioria. Eu gosto de forçar para ir além das minhas limitações, gosto, mesmo. Mas tinha que fazer isso de uma forma mentalmente saudável. Só não sabia como, mas pedi a Deus diariamente para me ajudar.

Então, naquela mesma semana, li uma frase em um livro da Lucy Beresford: “Converse consigo mesmo de maneira amorosa, respeitosa e solidária”. Porque eu já estava naquela “vibe” de achar uma maneira de me tornar menos exigente, as fichas todas caíram com apenas uma frase. Se o livro inteiro tivesse só essa frase, já teria sido suficiente. Era a resposta que eu procurava.

Percebi que a amiga de quem eu estava sentindo falta não estava do lado de fora, mas, de dentro.  Qualquer pessoa que me contar um problema que está passando, nunca vai ouvir de mim uma palavra negativa. Pelo contrário. A palavra que sai da minha boca é  de fé, de força, para cima. “Você pode, você consegue, vai dar certo”, etc. No entanto, para mim, eu dizia coisas terríveis. Exigia tudo de mim, mas não me dava nada. Nenhuma palavra de incentivo, nenhum gesto de afeto. Nada.

Dizia para mim coisas que eu nunca teria coragem de dizer a ninguém, do tipo me torturar quando atrasava algum projeto (detesto atrasar coisas e quem acompanhou meus anos de 2013 e 2014 pode imaginar quantas vezes me torturei) ou me chamar de burra ao cometer um erro por desatenção. Eu me sentiria uma monstra se dissesse a uma funcionária minha: “você é muito burra!” Nem consigo imaginar uma situação assim. Então, por que cargas d’água falava aquelas coisas para mim? Era como se eu não estivesse me considerando uma pessoa.

Comecei a falar comigo como se falasse com outra pessoa. Eu era minha mais nova amiga, minha funcionária, minha colega de trabalho, alguém que eu queria incentivar a crescer, alguém que eu queria aprender a admirar. Fui relevando os erros releváveis e vi que essa Vanessa errava, sim, mas queria muito acertar. Ela tinha uma vontade imensa de acertar, de fazer melhor, de ajudar. Assim como eu sempre gostei da companhia dela no cinema, na livraria e no happy hour, agora estava começando a gostar da companhia dela no trabalho, acreditando mais nela e me esforçando para enxergá-la como Deus a vê. E, a cada quinta-feira, ganhava mais uma ferramenta para me ajudar nesse novo relacionamento. Estava reconstruindo uma ponte quebrada, mas ela ficaria mais forte do que nunca.

No dia da Festa dos Tabernáculos, eu, finalmente, enterrei de vez a torturadora. Ainda estou nesse processo de construir hábitos mais saudáveis no meu relacionamento comigo mesma, mas se não fosse o que aprendi desde que comecei a ir à Terapia, em agosto, eu não teria conseguido atravessar o momento mais difícil deste ano, em que me senti mais sozinha e mais frágil. Não teria conseguido ajudar o meu marido no momento em que ele mais precisava de mim, quando ele se sentiu mais fragilizado, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Eu me esforcei para não transmitir a ele a guerra que estava enfrentando dentro de mim, e, graças a Deus, consegui.

Tentava lutar para manter minha fé em alta, mas me boicotava com a generalzinha na minha cabeça, dizendo que eu não estava fazendo nada direito. Não podia contar com o apoio do meu marido e enchia a paciência eterna de Deus diariamente, até que Ele me mostrou que isso era algo que eu precisava fazer por mim. E só eu poderia fazer. Minha fé só se manteve forte e nos ajudou a encarar os novos desafios porque aprendi a contar com minha amizade (e parei de me sabotar).

Você pode ser uma excelente pessoa, que se preocupa com os outros, que adora ajudar outras pessoas, que resgata gatinhos na rua, que ama conversar com velhinhos e cuidar de crianças, que dificilmente faz alguma coisa pensando em si mesma, que tem muito senso de humor e é bastante positiva, que detesta injustiça e tem o desejo de agradar a Deus, mas, se não falar consigo mesma com respeito, amor e consideração, se não for para si mesma a amiga que você gostaria de ter nos momentos mais difíceis, nos momentos em que você mais precisa de força, não vai adiantar nada. Olhe para dentro de você. Pode ser que, assim como eu, você ainda não tenha se dado conta do quanto tem sido monstrinho consigo mesmo. Tem gente que o diabo nem precisa se esforçar para colocar pra baixo, ela mesma faz isso, com seus próprios pensamentos. É muito legal e saudável buscar a excelência em tudo o que faz, mas não se esqueça de que se amar faz parte de ser excelente. E você tanto gera e fortalece quanto mostra seu amor próprio com atitudes de respeito e consideração para com você mesmo.

Tem sido muito legal poder contar com essa amiga. Meu relacionamento com meu marido saiu ganhando, meu relacionamento com Deus também melhorou, o nível de energia aumentou, assim como minha força interior. Percebi que se eu não der para mim mesma aquilo de que preciso emocionalmente, não tenho o direito de esperar isso de ninguém.

 

PS: Quinta, no início da Terapia, Renato e Cris falaram sobre o relacionamento que devemos ter conosco. E na sexta-feira ele postou o texto “O seu relacionamento com você”, que fala exatamente sobre isso (recomendo MUITO a leitura).

A melhor maneira de economizar na Black Friday (ou fora dela)

turista3*Eu, no Rio (segundo o Davison, “vestida de cigana”), em  2004.

Economizei MUITO na Black Friday este ano: trabalhei o dia inteiro, à noite tive curso e não comprei nada.  100% de economia! 😀

Meu e-mail ficou abarrotado de SPAMs de todas as lojas do universo. Todas oferecendo grandes promoções para que eu economizasse nesse momento especial. Segui a ideia à risca, e economizei, mesmo…rs. Mas fiquei pensando, depois, sobre a forma que eu encarava esse tipo de coisa no passado. Eu era viciada em promoções. Não podia ver uma, e já precisava aproveitar. Na verdade, eu era viciada em preços baixos. Comprava minhas roupas pelo preço (e, por isso, me vestia com coisas esdrúxulas, como esse look do post que abre o blog), fazia compras na internet como se não houvesse amanhã e, muitas vezes, acabava gastando duplamente, por ter de comprar peças de reposição quando a porcaria que eu havia comprado estragava (o que acontecia com bastante frequência).

Na época em que morei no Rio, fazer compras nas Lojas Americanas era quase uma terapia. Uma terapia altamente inútil, mas a sensação momentânea era boa. Eu entrava lá e comprava um monte de quinquilharias baratinhas: cadernos, meias, chocolates, canetas e mais qualquer coisa que parecesse um bom negócio. Comprei muita coisa inútil, acumulei muita tralha e gastei muito dinheiro. Não comprei nada duradouro ou bom naquele tempo e ainda deixava meu marido mais doente aumentando nossas dívidas no cartão de crédito. Ele, que sempre foi tão controladinho com essas coisas. E eu, que nunca tive nem ideia do que era a tal educação financeira. Cresci em uma família sem recursos, minha mãe nos criou sozinha e era um parto conseguir qualquer dinheiro com o meu pai. Um terror, mesmo, ele reclamava de tudo, até de pagar escola. E sempre atrasava o pagamento. Atrasar pagamentos, pagar juros, cartão de crédito no rotativo e empréstimos bancários eram coisas comuns de ver (como são, aliás, até hoje. É só dar uma voltinha por aí e você vê muita gente encalacrada com essas coisas).

Antigamente, eu parcelava TUDO em, no mínimo, 3 vezes. Se fosse sem juros, eu poderia parcelar qualquer valor em 10 ou 12 vezes fácil, fácil. Resultado: ficava quase um ano pagando coisas que, muitas vezes, nem existiam mais quando eu parava de pagar. E, ao parcelar tudo o que comprava, perdia facilmente a conta e o controle e começava a acumular as parcelas mensais que, somadas, davam valores absurdos. Acho que isso era um legítimo espírito devorador. Ou eu nem precisava de devorador, já que me comportava como um. Hoje, é muito raro eu comprar alguma coisa em parcelas. Se não tenho dinheiro, não compro. Simples assim. Então, não adianta as lojinhas da Black Friday me oferecerem a possibilidade de pagar as comprinhas em até 12 vezes sem juros. Eu não vou comprar, nem se dividirem por mil. Quando sua forma de enxergar muda, tudo muda.

Considero o fato de ter me tornado uma pessoa super consciente do que gasta e do que deixa de gastar quase como uma mudança de personalidade. Meu marido me diz que sou outra pessoa e hoje confia totalmente em mim. Fiquei três anos sem cartão de crédito por vontade própria. Só esse ano aceitei que ele fizesse um cartão adicional.

Eu consegui entender o que me levava a comprar quinquilharias que eu não precisava e entulhar minha casa (literalmente) com poucos anos de casada. Tento me policiar diariamente para que isso não aconteça novamente em nenhum grau, embora considere que, para os meus novos padrões, o que eu gasto em livros e cursos seja um valor elevado. Mas, parando para pensar, é uma evolução. Antes, eu gastava com quinquilharias, doces, balas, refrigerantes, maquiagens que eu não ia usar e porcariazinhas mil. Hoje, gasto com livros que, de fato, leio, e com cursos que me ajudam muito no meu trabalho. As minhas decisões de compras se tornaram mais racionais e menos emocionais. Isso, com certeza, é algo que me deixa muito mais feliz do que qualquer coisa que eu pudesse comprar em uma super liquidação.