Categoria: Jejum de Daniel

O princípio da tentação — parte 4: Todo problema é uma tentação em potencial 

Ver qualquer problema como tentação é algo que não estamos habituados a fazer. Dependendo do tamanho do problema, tendemos a lidar com ele de modo natural, principalmente quando parece que nossos recursos dão conta. Mas mesmo aí, podemos ficar vigilantes, analisando se aquele problema está nos tentando a alguma coisa. 

Pense bem. Principalmente se o diabo não tem acesso à vida de uma pessoa, você não acha que ele aproveitaria qualquer situação para tentar cavar uma oportunidade de tentá-la a errar (e, assim, ganhar espaço/acesso)? 

Ver o problema como tentação me fez entender que o objetivo do diabo não é o problema, em si (qualquer que seja), mas sim o que ele pode nos levar a fazer por meio daquele problema. A situação, mesmo quando não criada pelo diabo, se torna uma ferramenta dele para nos tentar a alguma coisa.

Foi o que aconteceu com Jó. No caso de Jó, tanto a miséria quanto a perda dos filhos e a doença foram causados pelo diabo com o objetivo de tentá-lo a abandonar sua sinceridade e blasfemar contra Deus. Mas nem sempre o diabo causa o problema. E às vezes, no início, é apenas uma situação ou um desafio. Como exemplo, tomemos a vida de Saul. Deus o escolheu como rei. Esse foi um desafio dado por Deus. Obviamente, ele se tornou um alvo do diabo, mas se Saul tivesse se mantido na obediência a Deus, faria as escolhas certas e o diabo não teria espaço algum. 

Mas foi só o profeta lembrar o mandamento que Deus havia deixado ao rei: “não multiplicará para si cavalos” (ou seja, não aumentará seu poder bélico a ponto de deixar de confiar em Deus para confiar na força de seu exército), para ele focar na formação de um exército forte. Por quê? Provavelmente a situação de estar cercado de inimigos e sem um exército preparado o tentou a procurar fortalecer esse recurso (ignorando o fato de que Deus os havia livrado dos Amonitas com aquele mesmo exército chinfrim). 

O objetivo do diabo não era que Israel tivesse um exército, mas que Saul desobedecesse a Deus e trocasse sua dependência de Deus pela dependência da força de seu próprio braço. Para que ele, o diabo, pudesse ganhar mais espaço. E, aliás, tanto deu certo, que a ruína de Saul veio justamente por querer ganhar pontos com os soldados desse exército, nas duas ocasiões em que desobedeceu a Deus para agradar aqueles em quem ele colocava sua confiança. 

O mal quer abrir cada vez mais espaço na vida da pessoa para que, no fim, alcance seu verdadeiro objetivo: a alma. Foi o que aconteceu com Saul. Estava acertando bem no comecinho. Alguns homens o desprezaram e criticaram quando ele foi escolhido rei (tentação para levá-lo à insegurança, ao medo, a duvidar da escolha de Deus e não ir à guerra — ou querer provar sua capacidade aos outros), mas a Bíblia diz que ele se fez de surdo. Depois, deve ter enfrentado várias tentações de desistir da batalha, mas foi lá, lutou e venceu. O problema começou quando voltou para casa vitorioso e foi aclamado pelo povo. Os elogios o tentaram à vaidade, a se inclinar a agradar o povo em vez de agradar a Deus. 

As demandas do dia a dia o tentaram a dar mais atenção aos cuidados desta vida em vez de cuidar da sua comunhão com Deus e, ao cair nessas tentações, ele se enfraqueceu espiritualmente. E deu no que deu. Ele não vigiou, entrou em absolutamente todas as tentações que lhe foram propostas, não resistiu a mais nada. Cedeu à insegurança, cedeu ao orgulho, se agarrou ao trono que não era mais dele, perseguiu Davi, foi consultar uma feiticeira, etc., se abraçou a todas as tentações, caiu em todas elas, abriu todos os espaços e, no fim, perdeu a salvação da sua alma.

Não dá para colocar a vida no automático e reagir a todas as situações sem considerar que Deus existe e quer orientar nossas escolhas para que possamos passar a eternidade com Ele, e sem considerar que o diabo também existe e dedica sua existência inútil a nos desviar do caminho, 24 horas por dia, com o objetivo de nos levar ao inferno. O fato de tanta gente no mundo conseguir permanecer viva tempo suficiente para criar seus filhos é, para mim, prova de que Deus existe e dá às pessoas muito mais chances do que elas mereceriam. 

Há forças interferindo neste mundo que não são deste mundo e não são visíveis aos nossos olhos. O único jeito de caminharmos nos desviando de armadilhas que nem sempre podemos ver, é nos submeter Àquele que é a própria luz.

 

Para ver o restante da série O princípio da tentação:

Parte 1: O mal batendo na porta

Parte 2: Tentação de coisa ruim?

Parte 3: Resistir ao diabo

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O princípio da Tentação — parte 2: Tentação de coisa ruim?

Ontem coloquei o testemunho da Luciene Batista, que ela escreveu em um comentário do YouTube. Se você ainda não leu o testemunho dela, clique aqui para ler

Note que ela diz que a libertação foi instantânea, mas que as tentações duraram DOIS MESES. Gente, desde que li este testemunho, minha ficha caiu. Para quem não sabe, venho lutando contra um problema de saúde há alguns anos. Percebi que todas as vezes que eu cria que havia sido curada (após alguma oração de cura na igreja, ou mesmo em casa), eu realmente cria e percebia que estava curada, mas acontecia alguma coisa, eu tinha uma recaída e ficava pior do que antes. Era um padrão que se repetia e eu não sabia como interromper.

Quando li esse testemunho, me dei conta de que o diabo se aproveita de alguma fragilidade para trazer uma tentação em forma de sentimento ou de sensação. E comecei a ver cada sintoma como uma tentação à incredulidade. Tudo o que nos tenta a duvidar é uma tentação. E deve ser tratado como tal. 

A gente sempre pensa em tentação como alguma coisa desejável ou prazerosa. É fácil imaginar alguém sendo tentado com sexo, comida, álcool, cigarro, drogas, dinheiro ou algo que a pessoa queira ter na vida dela. Mas o diabo também tenta com coisas indesejáveis. A pessoa pode ser tentada a ficar com raiva, a se sentir vítima, a ficar triste, a alimentar a depressão, a alimentar um mau pensamento, a ter maus olhos… As possibilidades são infinitas. Se você pensar bem, vai perceber que tentação com coisas ruins é muito mais comum do que com coisas prazerosas. 

Tentação é tudo aquilo que tenta nos levar a pecar. Pecar é desobedecer a Deus, errar o alvo. Se Deus nos manda confiar nEle e alguma situação surge para levar você a se entregar ao medo ou à ansiedade, isso também é uma tentação. A dúvida é uma tentação, uma situação adversa pode ser uma tentação… qualquer coisa pode ser usada como tentação para nos tirar do caminho. Por isso somos orientados tantas vezes na Bíblia a manter a vigilância. 

Depois de uma Palavra que ouvi na igreja em uma reunião de domingo, entendi que eu estava coxeando entre dois pensamentos. Uma hora acreditava na Palavra de Deus, na voz da fé, e outra hora acreditava na palavra dos sintomas, no que eu estava sentindo. Estava entre essas duas vozes. E os sintomas vinham para me tentar a deixar de ouvir a voz de Deus. A escolher a voz errada. 

Como eu disse, o que achei mais interessante no testemunho da Luciene foi a perseverança dela em se manter na mesma fé até ver o resultado que ela cria. Não é exatamente isso que a gente sempre ouve na igreja? Sobre não desanimar no meio do caminho e continuar firme na CERTEZA do que a Palavra diz? Mas a religiosidade é um sentimento, e é muito fácil a gente achar bonito o que o pastor diz, até concordar, e esquecer do que aquilo significa na hora em que deveria colocar em prática. 

Pela doença ter sido longa e arrastada, cedi muito para o que sentia, principalmente fisicamente. Por já ter tido depressão no passado, tenho a tendência de blindar a minha mente e não aceitar nenhum pensamento derrotista, nenhum pensamento catastrófico, nenhuma tristeza ou desânimo de alma. Contra isso eu luto ativamente e essa porta não abro mais. Mas estava aceitando o que eu sentia no corpo, e tentando gerenciar. 

Cria que estava curada e que um dia veria o resultado e, enquanto isso, tentava lidar com o problema com os recursos que a medicina tem (que não tem, já que a doença é crônica e não tem cura, só controle de sintomas. E, no meu caso, nem controle conseguia ter. Toda melhora não durava mais do que um mês). 

Agora entendi que eu tenho que resistir até me ver livre disso, não importa quanto tempo demore. Decidindo crer na Palavra da Verdade (afinal de contas, já está escrito que Ele levou sobre Si todas as minhas enfermidades) e expulsando cada sintoma e cada dor, nem que eu tenha que passar o dia inteiro fazendo isso. E, assim, finalmente consegui sair daquele círculo de melhora/piora e caminhar rumo à recuperação verdadeira.  A Bíblia diz: Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. (Tiago 4.7) Ou seja, obedeça à Palavra, creia no que está escrito e resista até o diabo fugir. 

Resistir ao diabo não é ficar aguentando os ataques. Resistir ao diabo é atacar de volta, quantas vezes forem necessárias, até que ele fuja. Porque a Palavra diz que recebemos autoridade para isso, então é como a Luciene disse, quando a gente usa o nome de Jesus para expulsar o mal, ele sai, porque a Palavra diz que ele sai. Mas ele tenta voltar, Jesus também nos avisou disso. E nossa obrigação é resistir, nos mantendo firmes na fé que nos libertou, até que se cumpra a Palavra que diz que o diabo foge de quem se sujeita a Deus e resiste ao diabo. 

Vê, tudo é a Palavra. É entender a Palavra como verdade única e irrefutável. Tudo é nessa fé bem consciente, sem sentimentalismo. Mas a tentação do sentimento vai vir, principalmente no começo, porque ainda estamos acostumados a ceder ao sentimento, e o diabo vai tentar naquilo que funciona. 

Bem, acho que já falei demais por hoje. Amanhã vamos falar mais sobre resistir ao diabo. 

 

Pra ver o restante da série:

Parte 1: O mal batendo na porta

Parte 3: Resistir ao diabo

 

PSTemos mensagens neste blog durante o Jejum de Daniel. Se os posts estão ajudando você, compartilhe o blog com seus amigos que também estão no Jejum. Muitas pessoas não estão entrando nas redes sociais e não sabem (ou não se lembram) da existência deste blog.

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