Categoria: Jejum de Daniel

Diferença entre novo nascimento e batismo com o Espírito Santo

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Várias pessoas me perguntaram isso, então achei que seria útil escrever a respeito. Primeiro, é bom deixar claro que novo nascimento, apesar de ser obra do Espírito de Deus, não é o mesmo que batismo com o Espírito Santo. E isso fica claro já na conversa entre Jesus e Nicodemos, em que Ele fala sobre a necessidade de nascer de novo. Essa conversa está no início do livro de João, no capítulo 3. O Espírito Santo só seria derramado sobre as pessoas depois que Jesus fosse para o céu, ou seja, ainda teria que viver mais 16 capítulos, morrer, ressuscitar, ficar um pouco por aqui, voltar para o céu e esperar mais alguns dias e o Espírito Santo só viria no livro de Atos. Como Jesus diria a Nicodemos para fazer alguma coisa que ainda não poderia fazer?

Na caminhada cristã, existem três eventos distintos e absolutamente necessários para alcançar e manter nossa salvação: a conversão, o novo nascimento e o batismo com o Espírito Santo. Não são rituais, não são fórmulas, não são botõezinhos a apertar — é bom que isso fique bem claro. Conversão é quando você reconhece sua situação espiritual, se arrepende dos seus pecados e assume Jesus como seu senhor e salvador, entregando sua vida a Ele. Então, o sacrifício dEle passa a valer para você, lhe dando o direito de se reconectar com Deus. É neste momento que você recebe o perdão de seus pecados e a salvação. Você não muda todo o seu interior naquele exato dia, mas decide mudar, com convicção de que não quer mais aquela velha vida. 

Depois disso, obviamente, você muda a direção da sua vida, seus hábitos e atitudes, pois quando se arrepende você odeia as coisas erradas que fazia e deixa de fazê-las. Se batiza nas águas para marcar o sepultamento da velha vida e o nascimento da nova vida. Então, começa a sua caminhada com Deus. Você se esforça para mudar. Quer conhecer a Deus, desenvolver uma intimidade com Ele e se estruturar espiritualmente, então procura descobrir (na Bíblia) como Deus é, o que agrada a Ele e como a pessoa deve ser para ser dEle. Conforme vai descobrindo, se esforça para praticar.

O segundo evento, o Novo Nascimento, acontece antes do batismo com o Espírito Santo por um motivo bem simples: ninguém nasce de uma hora para outra. Nunca vi um espermatozoide encontrar um óvulo e…POP pular uma criança para fora do útero automaticamente. Há um processo entre se conceber uma nova criatura e ser gerada essa nova criatura, até que nasça e possa receber o batismo com o Espírito Santo para manter a salvação (que já recebeu) e continuar crescendo, agora como filha de Deus.

Quem está esperando que o Espírito Santo desça para lhe dar forças para mudar, está entendendo errado. Primeiro, você se interessa e busca essa mudança. Você se esforça para vencer o pecado e mudar e o Espírito de Deus opera o novo nascimento (o que você não conseguiria sozinho) e ajuda você a desenvolver essa nova criatura. Mas até aí Ele está do lado de fora, preparando a casa com você. DEPOIS disso, já pronto para recebê-LO, você é cheio do Espírito dEle e, esse sim, é o batismo com o Espírito Santo. Aí, você é oficialmente uma nova pessoa. Ainda vai ter que crescer e se desenvolver, é claro. Mas já está nascida, selada e confirmada.

Quanto tempo entre a conversão e o recebimento o Espírito Santo? Depende. No meu caso, foram 8 meses (depois de 10 anos marcando passo na igreja por ser cabeça-dura. Sem sequer se converter, mas achando que já era de Deus por ter visto alguma melhora na vida…). O processo de novo nascimento pode demorar muito, pode demorar pouco, pode demorar quase nada. Depende do desenvolvimento da pessoa (e o desenvolvimento depende da pessoa, do nível de entrega). Alguns demoram mais, outros, menos. Mas o importante é nascer, mesmo que no ritmo de um bebê-tartaruga.

Por isso, não faz o menor sentido ter ansiedade para receber o Espírito Santo. O que depende de você é se esforçar para mudar o que consegue mudar e estar aberto para mudar o que Deus quiser mudar (ainda que seja algo que você não queira sacrificar). Eu me lembro que, nessa fase, tinha um pastor que me ajudou muito, sem saber (ele tem uns parafusos a menos, tipo eu). Uma das coisas que aprendi com ele foi que o mais importante a se construir é a estrutura espiritual. O fundamento e a estrutura. Conhecer o caráter de Deus e desenvolver meu próprio caráter à semelhança dEle.

Eu ia às reuniões com sede. Anotava TUDO e relia em casa (ainda faço isso). Estudava, mesmo. Orava, pedia a ajuda de Deus para entender o que não entendia e mudar o que não conseguia. Ele me orientava, era muito nítido que estava falando comigo, ainda que eu não sentisse, não ouvisse. Percebia claramente nas reuniões e na leitura da Bíblia que tudo se encaixava. E comecei a mudar (com dificuldades, claro) gradualmente coisas que nunca tinha conseguido mudar.

Então, depois de 8 meses nesse processo, recebi o Espírito Santo. De lá para cá, foram muitas lutas, muitos desafios e muitos gremlins. Eles não somem, a profissão deles é encher nossa paciência. Mas aos poucos vamos aprendendo a identificar, ignorar e rejeitar qualquer pensamento contrário. Paciência, perseverança e fé são as coisas que você precisa manter para alcançar seu objetivo. São coisas que o acompanharão até o fim.

Porque não existe um momento da vida em que a gente possa dizer: “ah, ok, já sei tudo, estou bem, minha fé está suficientemente madura, não preciso fazer mais nada”, se não precisasse fazer mais nada, não haveria necessidade do Espírito Santo dentro de nós! A guerra é diária e o relacionamento com Deus também é. Não dá para pendurar as chuteiras. Mas ainda que nos exija o esforço de pensar e agir (não dá para viver no automático), nos dá direito a uma vida que ninguém neste mundo consegue imaginar.

 

Leitura complementar (vai ajudar):

O que lhe faz pensar que não nasceu de Deus? (clique aqui para ler)

Desenvolvimento (clique aqui para ler)

Leite Racional (clique aqui para ler)

O trabalho de pensar (clique aqui para ler)

 

#JejumdeDaniel  #Dia 19
 

* Estamos em uma jornada de 21 dias de jejum de informações e entretenimento chamado Jejum de Daniel. Durante esses dias, os posts no blog serão voltados exclusivamente para o crescimento espiritual. Leia este post para entender melhor.

** Para quem não acompanhou ou para quem gostaria de rever os posts das edições anteriores do Jejum de Daniel neste blog, segue o link da categoria: https://www.vanessalampert.com/?cat=709 .

O que a gente faz quando realmente crê

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Alguns estão lutando contra a ansiedade para receber o Espírito Santo porque já é o décimo oitavo dia do Jejum de Daniel e, como todos sabem, depois do décimo oitavo vem o décimo nono e depois o vigésimo e depois o vigésimo primeiro, quando acaba o Jejum e aimeuDeusseeunãoreceberoEspíritoSantoatéláoquevaiserdemim? Vamos usar a cabeça? E daí que faltam três, dois ou um dia para o término do Jejum? Deus não precisa de um dia inteiro para fazer o que Ele quer fazer na sua vida.

Entenda uma coisa: ansiedade é irmã do medo e da dúvida. Quando você fica se perguntando por que ainda não recebeu o Espírito Santo, já que parece tão pronto para receber, está, na verdade, com medo de não receber. E está com medo de não receber porque não crê na Palavra que diz que receberia. Não se recebe o Espírito Santo sem fé.

Vamos falar um pouquinho sobre fé e sobre quando eu me dei conta de algo que parece óbvio para muita gente, mas que eu nunca tinha percebido. Estava ouvindo a Palavra Amiga do Bispo Macedo na rádio, me sentindo ainda um pouco angustiada, com um milhão de gremlins falando na minha cabeça e eu tendo que afastá-los como quem afasta moscas.

Na verdade, meus medos é que os alimentavam e parecia difícil me livrar deles (é claro, se você acredita na sensação de que é difícil, fica difícil. Se acredita na sensação de que é impossível, se torna impossível. É você que materializa aquilo que crê. Se acredita que é possível, mesmo sentindo o contrário, se torna possível).

E eu estava há um tempão falando com Deus, reclamando com Ele, pedindo, clamando, enchendo Sua santa paciência com meus pedidos e perguntas. Então, resolvi parar e prestar atenção ao que o Bispo dizia, como se estivesse ouvindo as palavras do próprio Deus. Conscientemente, me forcei a entendê-las com essa seriedade e atenção.

Então, ele começou a orar. No final da oração, disse: “seja livre, em o Nome do Senhor Jesus. Seja livre!” olha, a ficha caiu de tal forma que fez até barulho. Ele estava me dizendo para ser livre. Então, eu estava livre. Naquele momento, eu tinha que ter certeza de que estava livre. Como se alguém tivesse aberto a fechadura daquela cela cheia de gremlins e me dissesse: “seja livre, Vanessa, pode sair”.

Como você pensaria, se sentiria e agiria se visse essa cena: você, preso em uma cela cheia de gremlins (visualize isso rs), insuportavelmente subindo pelas suas pernas, se empoleirando no seu ombro, querendo deitar na sua cabeça e babar no seu nariz (eca). Então, finalmente alguém joga uma fumaça paralisadora de gremlins, destranca a porta da cela e diz: “Seja livre!”. Como você pensaria, se sentiria e agiria? Como se sentiria ao sair da cela e ver que os gremlins ficaram lá? Então, transporte esse estado de espírito para o momento em que o pastor disser: “seja livre!”. Porque ele não está dizendo nada mais do que a Bíblia já disse. É a Verdade.

Entendi que estava realmente livre e o alívio veio não por ter me sentido livre, mas por ter entendido que estava livre. Depois que entendi, que saí da cela, me senti livre. O sentimento ou a sensação vêm depois e não são parâmetro para você confirmar se recebeu ou não. Eles são consequência (quando recebi o Espírito Santo, por exemplo, só fui perceber alguma coisa no dia seguinte!).

Aí me dei conta de que até então vinha ouvindo errado as orações dos pastores e dos bispos. Quando o Bispo dizia: “receba a paz”, por exemplo, ou “receba o Espírito Santo”, eu pensava: “amém, tá ligado”, como se ele tivesse só expressado um desejo ou dito que um dia eu ia receber a paz. Ou até dizia “recebo”, mas ficava pensando no que eu deveria fazer para tomar posse daquela palavra. Não entendia nada rs.

Essa era uma reação automática treinada por anos e anos de religião cristã. A gente se treina a fingir que acredita e realmente acredita que acredita. Não para pra pensar que é o resultado que prova se a gente acredita ou não.

Mas depois dessa “revelação”, entendi: e se ele estivesse me entregando algo físico, como um copo d’água, e me dissesse, estendendo o copo: “receba esse copo d’água”, como eu ouviria isso? O que sentiria, o que pensaria e o que faria?  Com certeza eu não diria: “amém! Eu recebo!”, pensando em como “tomar posse” daquele copo. Também não ficaria pensando “será que ele quer mesmo me dar essa água?” “será que eu mereço receber essa água?” “quando será que ele vai me dar essa água?”… Eu simplesmente estenderia a mão, pegaria e agradeceria. E, claro, beberia a água.

Visualize isso. Pense em como receberia um copo d’água que o pastor lhe desse. Perceba como é a reação automática do nosso corpo, alma e espírito quando realmente cremos que estamos recebendo algo. Reagimos sem dúvida e sem medo porque temos fé (nesse caso, fé natural, pois estamos vendo) de que realmente estamos recebendo.

Eu achava que estava crendo, mas, na verdade, não estava, por isso deixava entrar o medo e a dúvida. Então, fiz um trabalho de reprogramação da minha mente, que já estava viciada naquele programa mental religioso. Eu precisava substituir aquilo pela fé prática e real que havia aprendido.

É claro que eu não tinha como fazer isso sozinha, pedi a Deus que me ajudasse a desinstalar o programa errado e reinstalar o programa certo. E fiz minha parte. Eu sabia que quando o bispo dizia para eu receber algo que a Bíblia já tinha me garantido o direito de receber, ele estava usando a autoridade dele para, de fato, me dar aquilo.

Então precisei entender como uma pessoa de fato recebe alguma coisa (física) que alguém dá. Visualizei isso, mesmo (eu digo “visualizar”, mas eu não vejo imagens na minha mente. Minha forma de visualizar é me transportar para a situação com todos os meus sentidos e pensamentos) para trazer aquela mesma reação sempre que ouvisse algum pastor me abençoar.

Todo esse processo não demorou muito. A ficha caiu na hora da oração durante o programa de rádio e, depois, em outra ocasião, demorou o tempo do trajeto de ônibus entre a igreja e minha casa em Porto Alegre (uns 15 ou 20 minutos, talvez) para entender exatamente como eu agiria se realmente cresse no que estava pedindo a Deus. Depois disso, foi só exercitar dia a dia o que aprendi até que se tornasse natural.

Não importa se você sente ou não sente que vai receber. Não importa o que sente ou deixa de sentir. Você sabe que Deus prometeu o Espírito Santo e sabe que tem se preparado para receber (com arrependimento sincero, renúncia dos pecados, entrega da sua vida, buscando conhecê-LO mais e aprendendo a agradar a Ele). Então, você vai receber.

Se você pede alguma coisa a alguém de extrema confiança (e que tem uma memória perfeita) e que nunca mente e essa pessoa promete que vai dar, se não recebe imediatamente, você não fica ansioso ou com medo de não receber. Você sabe que, cedo ou tarde vai receber. Porque essa pessoa não precisava ter prometido, mas prometeu. É assim com o Espírito Santo. Você sabe que Ele prometeu, então espera, sabendo que vai receber. Enquanto isso, você vai trabalhando na sua intimidade com Deus, aprendendo como agradar a Ele, ouvindo a praticando. Continua se preparando para receber, como Ele orientou.

Talvez toda essa explicação pareça absurda ou desnecessária para algumas pessoas, mas para mim foi essencial aprender isso. Sei que tem gente que chega na igreja, já se lança e pratica as coisas de forma natural e sempre quis ser uma delas. Mas a vantagem de ter que aprender as coisas assim, de uma forma racional, é que depois que pega a prática e substitui os pensamentos tortos pelos organizadinhos, você nunca mais esquece.

PS: E, como sempre, sem drama. Entendeu que faz errado? Comece a fazer certo. E vai dar certo. 🙂

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 Update:  Depois de escrever este post, vi no Facebook o vídeo da reunião da noite de hoje nos EUA. Se eu fosse você, ouviria essa palavra com atenção até o final, pois tem tudo a ver.  Clique aqui para acessar o vídeo.

 
#JejumdeDaniel  #Dia 18
 

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