Categoria: Vida cristã

Jejum de Zacarias – 21 dias sem lamentações

O anúncio do Jejum de Zacarias me motivou a reativar o blog. Quem acompanha este blog há mais tempo ou quem já leu os posts antigos sabe que já fiz esse desafio algumas vezes, desde que li pela primeira vez o livro “Pare de reclamar e concentre-se nas coisas boas”. Aprender a reduzir a reclamação e as palavras negativas fizeram uma diferença imensa na minha vida espiritual (e em outras áreas também). Mas acabei descuidando nisso e este Jejum chega em boa hora! Meu objetivo agora é fazer disso um hábito para sempre. Melhorei bastante desde a primeira vez, mas muita coisa aconteceu e preciso atualizar o sistema operacional.

A primeira coisa a pontuar é que muita gente pode se enganar um pouco (ou muito) ao ouvir falar deste jejum pela primeira vez. Esta semana ouvi pelo menos duas pessoas no trabalho (que não leem este blog, obviamente) fazerem o mesmo comentário: “ah, para mim vai ser tranquilo, porque eu detesto reclamar”. Pobres gafanhotos, eles achavam que a única vantagem que teriam neste jejum seria a de ouvir menos reclamação e negatividade dos outros…

Aí me lembrei da pequena Vanessa de dez anos atrás fazendo esse jejum pela primeira vez, com a pulseirinha de controle que teria que mudar de braço a cada reclamação, crítica ou palavra negativa que dissesse, achando que a pulseirinha nunca sairia dali. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que reclamava e murmurava muito mais do que imaginava! 

Mas a gente perde a sensibilidade e acha que está “apenas comentando”. Você não para pra pensar que seus “comentários” são reclamações, porque, na sua cabeça, são apenas expressão da realidade (vamos falar mais sobre isso nos próximos dias). Temos muito a observar em nossas palavras e pensamentos.

Sim, eu sei, o Jejum de Zacarias não envolve pensamentos. Assim como o livro que citei, o foco é evitar que pensamentos ruins se transformem em palavras e saiam da nossa boca. Mas eu dificulto um pouco mais no meu caso de propósito, porque ao contrário da maioria das pessoas, quase não interajo socialmente, falo com poucas pessoas durante o dia e, geralmente, apenas o essencial. A maior parte das minhas palavras são ditas para mim mesma. E, apesar de ter o hábito de falar sozinha feito uma pessoa doida, não sou tão doida assim hahaha. Não seria tão desafiador se envolvesse só o que sai da minha boca (e dos meus dedos… Siiiiim, seus comentários nas redes sociais entram na categoria de “palavras que saem da sua boca”, sabia?).

Mas como fazer isso com pensamentos?

O que a gente diz e o que a gente escreve é mais fácil, porque dá para evitar externar. Já os pensamentos negativos, a gente às vezes não consegue evitar que apareçam. Mas no caso deles, o controle é feito de um modo diferente. Os pensamentos vêm sem nosso controle, sim, mas podemos escolher se continuamos a alimentá-los na nossa cabeça ou não. Também vamos falar mais sobre isso. 

 Então durante este jejum, vamos meditar um pouco mais sobre esse uso inteligente das palavras — e dos pensamentos. E você vai descobrir que este jejum bem mais difícil do que o Jejum de Daniel, sim, mas também vai entender por que ele pode te ajudar a dar aquele SALTO que você estava precisando na sua vida espiritual — e na sua saúde mental.

Estamos juntos nessa?

 

PS. Para entender melhor sobre o Jejum de Zacarias, veja este vídeo do Bp. Renato 

PS2. Link para o post em que lançamos este desafio no blog, em plena pandemia: Desafio para os últimos 21 dias do ano.

PS3. Não prometo posts todos os 21 dias, mas com certeza teremos algumas atualizações em todas as semanas durante este período.

PS4. Escreva aqui seus comentários sobre o jejum. O que você pensou quando ficou sabendo dele? E, caso já tenha feito (ou tentado fazer) algo assim antes, conte suas experiências!

PS5. Se inscreva em nosso canal no Telegram, por onde você pode ser avisado sempre que tiver post novo aqui ou vídeo novo no canal (não desisti dos vídeos, não). Aviso lá primeiro, antes das redes sociais. Segue o link: https://t.me/CanalVanessaLampert

Um recadinho sobre Salomão e a série Reis

Estou longe das redes sociais desde que voltei a trabalhar (tempo, tempo e esforço), então estava meio por fora das discussões. Ontem, por curiosidade, acabei entrando em uma rede social e esbarrando em um comentário de alguém criticando a Cristiane pelo modo como a série Reis retratou Salomão, e outra pessoa concordando. Gente, mas Salomão era aquilo mesmo. Que Bíblia vocês estão lendo?

 “Meu rei favorito” e blá blá blá. O cara que teve mil mulheres, mulheres estrangeiras que lhe perverteram o coração a ponto de ele se tornar idólatra mesmo sabendo tudo o que ele sabia? Que SEGUIU OUTROS DEUSES mesmo depois de tudo o que Deus fez por ele? Que DESOBEDECEU descaradamente e trocou Deus por um bando de mulher? Ele era legal no começo da vida, tinha algo de muito bom em si naturalmente e poderia ter sido o melhor rei que Israel já teve, se tivesse perseverado em seguir a Deus, confiado, obedecido, buscado a Ele e dependido dEle em tudo. Mas, talvez por insegurança, preferiu se tornar um político e ficar fazendo alianças políticas (em desobediência) em troca de favores, confiando na própria sabedoria, achando que tinha que dar “um jeitinho” para conseguir o que Deus já havia prometido. 

Em vez de usar a sabedoria (dada POR DEUS) só para coisas úteis, ele resolveu viver a vida loka só para ver se era melhor do que viver certinho (não estou falando da série, estou falando do que ele mesmo escreveu NA BÍBLIA sobre como viveu a vida), bebeu horrores, festou, perdeu tempo estudando coisas desnecessárias, colocou sua própria vontade e sua busca por prazeres no centro das suas decisões, fez um monte de coisas PARA SI, viveu de modo ególatra, DESVIOU SEU CORAÇÃO e esqueceu de Deus por muitos e muitos anos, até perceber o quanto a sua vida era vazia. Tudo o que ele tinha, tudo que conquistou, tudo o que ele era, toda a bajulação que conseguiu receber, o que construiu para seus filhos… nada tinha valor, nada preenchia aquele vazio, nada o fazia acordar feliz pela manhã, nada o fazia satisfeito ao olhar no espelho. 

Salomão é um exemplo. Um exemplo do que NÃO fazer e de como NÃO ser. Um exemplo de quem ganhou tudo de Deus, mas tirou vantagem da bondade dEle, desperdiçando o que recebeu. Um exemplo de que inteligência e sabedoria para tomar decisões no seu trabalho não garantem que você vai saber se conduzir na sua vida pessoal e espiritual. Um exemplo de como alguém pode começar bem e ensinar muita coisa, mas depois se distrair com o que não tem nada a ver com Deus e meter os pés pelas mãos em uma decisão imbecil atrás da outra. 

Um exemplo de que o nosso tempo é um só e que não tem como se dedicar a Deus, a si mesmo e a MIL MULHERES (ou qualquer coisa que te dê prazer) ao mesmo tempo. Um exemplo de como alguém pode ser sábio e burro ao mesmo tempo (não confie na sua inteligência). Um exemplo de que a gente só consegue ter uma vida com significado quando mantém o temor a Deus e o relacionamento com Ele. Esses são os ensinamentos de Salomão. Considerando apenas o que está na Bíblia: nos dois livros que contam a vida dele e no que ele conta de si nos três livros que ele mesmo escreveu. 

Se eu fosse apontar alguma “falha”, digamos assim, na forma como a série retratou Salomão, seria apenas no fato de, na série, ele não ter nem cabelo branco no final da vida (Davi também, deve ser genético). Mas, convenhamos, isso não faz diferença alguma na história. Outro ponto é o fato de a maioria das mulheres de Salomão ser irritante e burra, mas aí você olha para o mundo e vê um monte de mulher irritante e burra, então está coerente. E pensando bem, nem dá para criticar a chatice delas, as mulheres em harém não tinham nada para fazer na vida, o foco delas era chamar a atenção do rei, então elas deviam ser chatinhas mesmo, colocando o cara como o centro do universo. 

A série foi até bem legal com ele, bem boazinha no modo de retratar, porque a vida dele, como um todo, não foi legal, nem bonita, nem feliz, nem interessante. Foi triste. Foi a vida de um homem iludido pelo coração. Uma vida vazia. Ele quase perdeu o que tinha de mais importante dando importância ao que hoje é só areia. Infelizmente, a vida de muita gente por aí. 

Salomão só foi salvo porque Deus prometeu a Davi que não lhe retiraria a Sua benignidade, mas para isso teve que pastar muito na velhice. A gente percebe bem o estado da alma dele em Eclesiastes, principalmente no final. Leiam a Bíblia direito e parem de romantizar o maluco que viveu de altos e baixos. 

PS. “Ah, mas ele não escreveu provérbios?” Quem escreveu provérbios foi quem escreveu toda a Bíblia: o Espírito Santo. Salomão foi usado para isso nos momentos em que estava bem, mas não enquanto estava na idolatria e na vida loka, não quando estava priorizando a si mesmo e suas mulheres acima de Deus, nem quando Deus estava indignado com ele. Pode ter certeza disso. E pelo que ele conta em Eclesiastes, passou a maior parte da vida jogando vida fora. Só caiu em si, mesmo, no final. Aí se consertou, a tempo de escrever Eclesiastes, que é uma lição para todos nós.

PS2. Peça a direção de Deus e leia a Bíblia com olhos espirituais.