Categoria: Vida cristã

O cuidado de guardar todos os mandamentos

“E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus” Deuteronômio 28.1,2

Ter o cuidado de guardar todos os mandamentos é um esforço ativo e consciente para obedecer à Palavra de Deus. Por exemplo, no capítulo anterior (Deuteronômio 27), diz, no versículo 16: “Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe”. Esta Palavra não abre exceções. Então, independentemente do que seu pai ou sua mãe tiverem feito, a pessoa que quer servir a Deus vai se esforçar para perdoá-los e tirar de dentro de si qualquer mágoa, ressentimento, desprezo ou falta de interesse.

 Ela vai procurar ajudar os pais, se interessar por eles, entrar em contato regularmente para ver se estão bem, procurar ajudá-los dentro de suas condições, orar por eles e mudar seus sentimentos com relação a eles, mudando o modo como os veem e as crenças que construíram ao redor disso. Eles erraram? Você também erra com seus filhos, com seu cônjuge, com seus amigos, com você mesmo. Se você acha que não erra ou que não erra tanto assim, então aí está o seu primeiro erro: está olhando tanto para si mesmo que não consegue enxergar como suas ações repercutem nos outros.

 Quem tem essa consciência tem também a humildade de saber que não pode exigir nada de ninguém, pois está em falta com muita gente. E precisa do perdão de Deus e das pessoas. Logo, precisa perdoar a quem ficou em falta com você, inclusive — e principalmente — seus pais. 

É a tal “regra de ouro”: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.” Mateus 7.12

Ou seja, se você usar como regra o só fazer pelos outros o que gostaria que fizessem por você, vai cumprir todos os preceitos da Palavra de Deus mesmo sem saber quais são, porque isso é o resumo de tudo o que Ele nos pede: a VERDADEIRA empatia. Não a empatia Fake que o mundo nos prega, que depende do que a outra pessoa faz para definir se vai ou não oferecer. Isso não é empatia. A verdadeira empatia é sacrificial. Se você só der o que gostaria de receber, não vai roubar, não vai matar, não vai trair, não vai mentir… 

Como escrevi um tempo atrás no Twitter, se eu tenho empatia, EU tenho empatia. Não importa se o outro “merece” aos meus olhos. Se é algo que faz parte de mim, então não tem como aplicar em certos casos e não em outros. Se você só consegue ter empatia de quem você gosta, isso não é empatia. Até porque, “se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os pecadores também o mesmo?” Mateus 5.46

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mateus 22.37-40

Povo sem noção acha que Jesus substituiu todos os mandamentos por esses dois, que se resumiriam a sentimento. Mas amor não é sentimento. O amor bíblico é fazer o que é certo por quem se ama, independente do custo. O amor bíblico é sacrifício. Você sacrifica pelo outro como sacrificaria por si mesmo. Toda a lei e os profetas, ou seja, a Palavra de Deus, depende desses dois mandamentos, porque se você não amar a Deus com todas as suas forças e sobre todas as coisas e se não amar os outros como a si mesmo, você não vai obedecer ao que está escrito.

Se amar a Deus sobre todas as coisas, vai confiar nEle integralmente, não vai ter outros deuses, não será infiel a Ele, guardará a palavra empenhada. Se amar os outros como a si mesmo, não vai cobiçar o que é dos outros, não vai ter coragem de matar, roubar, desprezar, subornar, ser maldoso, falar mal, odiar, etc. 

Mais um exemplo:

 “Maldito aquele que fizer que o cego erre de caminho.” Deuteronômio 27.18

Há muitos cegos neste mundo. Além do significado óbvio, de não fazer um deficiente visual andar pelo caminho errado, este versículo fala daqueles “cegos” metafóricos, que, mesmo tendo visão perfeita, não têm entendimento espiritual. É importante ter responsabilidade sobre aquilo que a gente diz e ensina por aí, para evitar colocar maus olhos e levar essas pessoas a errarem o caminho. 

Muitos, por vaidade, orgulho, para se defenderem diante dos homens, levam essas pessoas ao erro, porque sujam os olhos delas, as enganam com meias verdades, ou com mentiras inteiras enfeitadas com a verdade. Pessoas que têm estado debaixo de maldição sem saber. Como ex-pastores que, para não assumirem que foram expulsos da igreja porque pecaram, inventam acusações contra a igreja que os expulsou, para encobrir seus erros, sujando os olhos das pessoas, trazendo dúvida e ceticismo.

Ou pastores que, para não admitir que não têm fé para fazer o que Deus nos ordenou fazer, como, por exemplo, curar ou libertar alguém, dizem que o tempo dos milagres terminou. Ou alguém que deixa de dizer a uma pessoa que ela está errada, para não se indispor com ela, e acaba permitindo que ela vá para o inferno. Existem milhares de formas de fazer o cego errar o caminho, qualquer um pode fazer. 

A libertação dessas maldições vem por meio da obediência à Palavra de Deus. E esse esforço de ter responsabilidade sobre o que diz, de sacrificar o orgulho e a própria vontade a fim de evitar que o cego erre o caminho, faz com que a pessoa se aproxime de bênção (pois está se esforçando ativamente para obedecer)  e se afaste da maldição. Assim, ela pode contar com Deus e a promessa é de que todas as bênçãos lhe perseguirão e alcançarão:

“E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus” Deuteronômio 28:2

No entanto, para os que agem do modo contrário ao que é certo, a promessa é de que todas as maldições lhe perseguirão e alcançarão:

“E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não ouviste à voz do Senhor teu Deus, para guardares os Seus mandamentos, e os Seus estatutos, que te tem ordenado […] Porquanto não serviste ao Senhor teu Deus com alegria e bondade de coração, pela abundância de tudo.” Deuteronômio 28.45,47

Servir com alegria e bondade de coração é ser grato, ser manso, confiar em Deus e em Sua Palavra e ter bons olhos. Se esforçar para fazer o que é certo diante de Deus e se esforçar para manter longe da mente e do coração a malícia, a maldade, o modo desconfiado de olhar as coisas de Deus. Andar em pureza de atos, palavras e pensamentos. 

O legal é que as promessas para quem se dispõe a andar assim não são nada limitadas: “abundância de tudo”. Vê se não vale o sacrifício! 

Os mandamentos de Deus são simples, mas ao mesmo tempo parecem difíceis porque contrariam nossa vontade. Mas nossa natureza humana está toda esculhambada, nada que não contrariasse nossa vontade seria bom. Por isso o caminho certo é um só: SACRIFÍCIO, no sentido de renúncia. Renúncia diária à nossa vontade de fazer o contrário do que deveria ser feito. Se vivermos assim, acertaremos sempre.

 “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos; e os Seus mandamentos não são pesados.” 1 João 5.3

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PS. Este texto foi feito a partir de um dos rascunhos que faço de manhã e que vou compartilhar com vocês aqui no blog todos esses dias do Jejum de Daniel.

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Quando você não sabe o que fazer

“E pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa, e, ao saírem, Jeosafá pôs se em pé, e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém; crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas, e prosperareis.” 2Crônicas 20.20

O que havia acontecido antes? Um exército inimigo muito numeroso, de moabitas e amonitas, se levantou contra Israel. “Vem contra ti uma grande multidão” (v.2),  foi o que o rei Jeosafá ouviu naquele dia. E é o que também nós ouvimos quando os problemas nos ameaçam. Mas o que importa mesmo é a nossa reação. E a de Jeosafá foi a melhor possível. Recorreu a Deus.

Primeiro, de imediato, ele sentiu medo, porque olhou naturalmente para a situação e constatou que, humanamente falando, ele não tinha condições de resistir àquele exército e resolver aquele problema. Então, inteligentemente, ele decide pedir socorro ao Senhor. A reação de Jeosafá ao medo foi se pôr a buscar ao Senhor, e também apregoou um jejum em todo Judá. 

“E Judá se ajuntou para pedir ao Senhor; também de todas as cidades de Judá vieram para buscar ao Senhor.” E Jeosafá  foi com eles ao Templo para falar com Deus. Acho muito interessante a oração que ele faz (vou colocar aqui, depois comento):

“Ah! Senhor Deus de nossos pais, não és Tu Deus nos céus? Não és Tu que dominas sobre todos os reinos das nações? Na Tua mão há força e poder, e não há quem Te possa resistir. Ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do Teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, Teu amigo? E habitaram nela e edificaram-Te nela um santuário ao Teu nome, dizendo: Se algum mal nos sobrevier, espada, juízo, peste, ou fome, nós nos apresentaremos diante desta casa e diante de Ti, pois Teu nome está nesta casa, e clamaremos a Ti na nossa angústia, e Tu nos ouvirás e livrarás. 

Agora, pois, eis que os filhos de Amom, e de Moabe e os das montanhas de Seir, pelos quais não permitiste passar a Israel, quando vinham da terra do Egito, mas deles se desviaram e não os destruíram, eis que nos dão o pago, vindo para lançar-nos fora da Tua herança, que nos fizeste herdar.

Ah! nosso Deus, não os julgarás? Porque em nós não há força perante esta grande multidão que vem contra nós, e não sabemos o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em Ti.” 2 Crônicas 20.6-12

 Primeiro, Jeosafá reconhece quem Deus é, depois declara o que Deus faz, depois lembra da aliança que Ele fez, inclusive de ouvir as orações no Templo, depois conta o que está acontecendo, o que eles estão sentindo, e pede que Deus os julgue e se coloca na posição humilde de quem não sabe o que fazer, mas permanece confiando e esperando a resposta, que vem em seguida. 

O interessante é que ele faz perguntas, como que para lembrar Deus da Sua Palavra. Como um advogado que entra diante do juiz citando as leis em que se baseia a petição, mostrando o contrato que foi feito no passado. O que entendo dessa oração é, não em tom desafiador, mas em tom de quem realmente sabe que está falando com Quem pode e quer ajudar: “se o Senhor é tudo isso, se fez tudo isso, se é verdade, então o Senhor tem que me ouvir e me atender, porque é isso o que está escrito que o senhor faria com quem Lhe buscasse”. Ele diz isso com humildade, movido pela certeza de que aquela Palavra era a verdade e que Deus realmente cumpre o que promete.

Não é vergonha dizer para Deus que não sabe o que fazer. Vergonha é tentar mentir para Deus. Se não sabe o que fazer, diga isso para Ele. Ressalto aqui a humildade: Jeosafá não estava nem aí para a sua posição ou para o que o povo iria pensar dele. Na frente de todo mundo, assumiu para Deus que não sabia o que fazer. O rei Jeosafá se despojou do papel de líder, não queria que o povo dependesse dele, mas sim de Deus. Colocou Deus no trono. Ali, ele era povo. 

Deus, então, Se agrada daquela atitude e toma a briga para Si (porque Ele é muito fofo!). Quando vê o nível de confiança, dependência e humildade, ou seja, a FÉ de Jeosafá e do povo que o acompanhou, Deus vê tudo o que queria ver. E abraça a causa do povo, compra a briga deles, literalmente, olha que legal:

“Dai ouvidos todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Jeosafá; assim o Senhor vos diz: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão; pois a peleja não é vossa, mas de Deus. Amanhã descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz, e os achareis no fim do vale, diante do deserto de Jeruel. 

Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados, e vede a salvação do Senhor para convosco, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor está convosco.” 2 Crônicas 20.15-17

Por isso Jeosafá exortou o povo a crer em Deus e em Seus profetas. Se cressem no Senhor estariam seguros, se cressem em Seus profetas, tudo daria certo. A exortação foi para CRER. Ou seja, confiar e OBEDECER. Quem visse de fora, acharia que eles estavam indo para o matadouro. A batalha era de Deus, mas eles tiveram que ir até ela, fazendo o contrário do que queriam inicialmente, porque CRERAM na Palavra de Deus. E Ele honrou essa fé ousada. 

É ousada porque obedece. Porque o que Deus pede requer ousadia e não temos alternativa. É obedecer (crer) ou desobedecer (fugir). E eles obedeceram. Deus mandou que não temessem, nem se assustassem e eles OBEDECERAM, ignorando o medo e confiando nas palavras de Deus. Deus mandou que fossem até a batalha contra aquela multidão invencível e eles foram, mesmo sabendo que não tinham condições de vencer, crendo que realmente não precisariam pelejar e veriam a salvação que Deus lhes daria. Sem nenhuma outra garantia além daquela Palavra, eles foram alegres e saltitantes, já ESPERANDO ver a maravilha que Deus faria. 

Veja a disposição que temos de ter diante das promessas de Deus. Ir até o problema (do qual até ontem queríamos fugir), com alegria, na expectativa de ver a promessa se cumprir. Sem medo, sem pavor. Se a gente está orando, diz que crê, mas diante do problema fica com medo, ansioso, inseguro, assustado, então não está crendo. É chato admitir coisa feia a nosso respeito, mas é preciso ser honesto. Você não está crendo coisa nenhuma. Volte dez casas e faça a oração inicial de Jeosafá, com aquela sinceridade e humildade. 

Confiança, assim como obediência, é DECISÃO, e não sentimento. Fazer o contrário do que se está sentindo. Como Jeosafá, todo apavorado, ao se derramar diante de Deus. Saindo dali, se encheu da coragem que vem da fé. E Israel presenciou uma das batalhas mais doidas da Bíblia. Os inimigos vieram até eles, mas antes de chegarem, se mataram uns aos outros. Quando Israel chegou lá, toda aquela multidão assustadora já estava morta. O povo entrou, pegou os despojos e o problema acabou. 😳

Não é padrão. Nas histórias das guerras Bíblicas em que o povo estava com Deus, não tinha fórmula. Em alguns casos, Deus mandava o povo lutar e dava vitória ao povo no meio da batalha, o exército tinha que ir lá e matar os inimigos à espada, com esforço. Outra vez, caíram pedras do céu enquanto lutavam e morreram mais inimigos por essa saraiva na cabeça do que pela espada de Israel. Em outra ocasião, um anjo sozinho foi lá e matou todo o exército inimigo antes mesmo da guerra. Em outra, os inimigos ouviram um barulho, criaram uma historinha na cabeça, se assustaram, fugiram e não teve guerra. Em outra, Deus pediu para reduzir o exército de Israel para que estivessem numericamente em desvantagem, então os enviou para a batalha e eles mataram os inimigos. 

Cada situação era uma situação, até para o povo aprender a confiar (e não é exatamente assim na nossa vida?). O único padrão era a ordem de não temer, de não se assustar, de ser corajoso, de CRER e obedecer. Então, quando a gente quer andar com Deus, nunca sabe o que fazer, mesmo. Para saber, tem de buscar a Ele e ouvir a Sua voz. Não se iluda, não se deixe enganar. Sem Deus, ninguém consegue fazer nada, ninguém consegue acertar de verdade. Alguns percebem isso rápido, outros se iludem por mais tempo. Mas Ele mesmo deixou bem claro: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.”João 15.5

Quem está na força do braço cria sua própria estratégia, faz seus próprios planos e, assim, tem a ilusão de que sabe o que fazer. Mas na realidade, está à mercê do acaso, do natural. Vai colher os frutos do natural. No entanto, quem quiser colher os frutos do sobrenatural não tem alternativa: precisa recorrer ao sobrenatural com a sinceridade, a humildade de chegar até Deus e perguntar o que deve fazer, naquela ocasião específica.

A resposta virá. Na forma de uma Palavra na Bíblia, ou na reunião, por um pastor que fala com geral e nem sabe que está falando só para você, ou por uma ideia que vai surgir na sua cabeça acompanhada de uma certeza, ou por uma força para agir em direção a alguma solução que você de repente simplesmente sabe que veio de Deus, ou mesmo por uma confiança profunda de que você não precisa fazer nada, só olhar e esperar a vitória que Deus vai te dar. Ou por um Deus ex-machina, ou por outro meio, enfim, também não tem fórmula para isso, não tem padrão, cada caso acontece de um jeito. A única coisa que é padrão em todos os casos é a CERTEZA, que ou vem do além ou vem da decisão consciente que você toma de CRER. 

 

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