Categoria: Vida

Tempestade em copo d’água no casamento

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Enquanto eu reclamava da faca suja que ele insistia em deixar em cima do micro-ondas, das folhas amassadas de papel-toalha que ficavam no balcão da cozinha, da insistência em entupir o saco de lixo em vez de trocá-lo e da mania de jogar lixo orgânico no cesto de lixo seco, essas coisas continuavam acontecendo repetidamente (acho que o cérebro dos homens tende a apagar da memória experiências chatas ou ruins – como uma mulher reclamando) e eu acabava deixando chateada desnecessariamente a pessoa que eu amo e com quem convivo diariamente. Resultado: eu também terminava chateada. E por bobagem.

Seguindo os conselhos da Escola do Amor para blindar o casamento, comecei a valorizar o que ele fazia em vez de criticar o que não fazia. Elogiava sempre que ele jogava o lixo no lugar certo, deixei de cobrar que ele trocasse o saco de lixo e passei a eu mesma trocar (o que custa?), coloco uma faca limpa apoiada em um pires em cima do micro-ondas (sei lá se faz parte de algum ritual importante para a sobrevivência da espécie…pelo menos a faca agora está sempre limpa rs) e comecei a recolher os papéis espalhados na bancada e a sempre dar reforço positivo quando ele acertava essas coisas ou fazia outras coisas certas (e ele sempre faz, eu é que não via…sem contar as coisas que eu deixava a desejar e que ele relevava – e eu também não valorizava). Fiz isso por bastante tempo até ter retorno.

O resultado? Hoje ele não deixa mais papel sujo na bancada da cozinha, respeita o sagrado recinto do lixo seco e é ele quem coloca o lixo todo na rua! E até me ajuda na faxina (fazendo coisas que exijam mais força ou altura rs). E não, não preciso pedir. E quando ele não faz alguma coisa que eu acho que ele poderia fazer, eu vou lá e faço. Grande coisa, não arranca pedaço. Vou arrumar briga por isso? Aprendi com a Escola do Amor a escolher minhas guerras. É meio idiota criar um problema em casa por uma coisa insignificante que eu mesma posso fazer. Por que eu não incentivaria, não recompensaria e não elogiaria o homem que eu amo quando ele colabora comigo? Isso reforça positivamente o comportamento que quero que ele repita. E ainda faz com que eu tenha uma pessoa motivada, interessada e feliz ao meu lado.

Assim, vivemos em perfeita paz. E, ao contrário do que algumas mulheres pregam por aí, o fato de eu tratar meu marido bem, elogiá-lo e querer agradá-lo não fez com que ele se tornasse preguiçoso, abusivo ou folgado. Em um relacionamento saudável com um homem de caráter, não há esse risco. Ele se tornou ainda mais colaborativo, motivado a me ajudar e a me agradar. Quando alguém elogia meu marido e diz que eu tive “sorte” em encontrar alguém que se importa tanto comigo, eu logo falo do Casamento Blindado. Um casamento feliz não cai do céu. E não é agindo como uma criança mimada que a pessoa vai conseguir manter um bom relacionamento com outra, independentemente de ser marido, esposa, irmão, mãe, pai, amigo…

Se eu quero ser feliz, preciso aprender a fazer a pessoa que eu amo feliz. Usando a cabeça (em vez de me comportar como uma criança mimada que foi contrariada), consegui tudo o que eu queria e ajudei meu marido a conseguir o que ele queria, também, porque hoje ele não tem uma esposa chata que fica brigando com ele o tempo todo. E temos paz. Quer melhor coisa do que uma casa em que as pessoas se amam, demonstram isso e vivem em PAZ? Qual é o preço? Renunciar à vontade de agir como uma criança pirracenta ou como um general para fazer o que realmente dá resultado. O que, convenhamos, não parece ser nada tão terrível de se fazer.

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PS: Escrevi isso por causa desta postagem (clique para ler)  no facebook do professor da Escola do Amor, Renato Cardoso. Não dá para entender pessoas que querem ser felizes, mas agem como se vivessem com um inimigo. O que custa colocar em prática conselhos que realmente funcionam?

PS2: São 12 anos e meio de casados e quando vamos a lugares em que não nos conhecem, sempre acham que somos namorados. Nossa adaptação um ao outro não foi automática. Nem mistura pronta para bolo vem, de fato, pronta. Você precisa acrescentar ovo, manteiga e água (ou leite)…compra um troço caro e cheio de aditivos químicos que, na verdade, só substitui a farinha, fermento e açúcar… Se quiser algo que preste, tem de se esforçar para fazer.

Quando as pessoas distorcem as coisas

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Um amigo me mandou um link de uma postagem do PC Siqueira com a imagem que abre esse post. É uma “releitura”* de uma ilustração de Pawel Kuczynski, criticando a religião. O original, porém, faz uma crítica muito mais interessante e inteligente, mas provavelmente algum jogador de Pokémon se ofendeu e resolveu fazer sua versão ateísta rs. Segue o original e, depois, meu comentário sobre a “releitura”:

PavelKuczynsky

Acho que a pessoa que alterou esse desenho e as pessoas que compartilharam a “releitura” confundem Jesus e religião. A religião realmente escraviza, mas a Fé em Jesus liberta. Doido isso? Só para quem acha que as duas são a mesma coisa. Mas a escravidão não é exclusividade dos religiosos. Essa imagem, interpretada em um contexto negativo (de cabresto, escravidão e ignorância), é a perfeita ilustração da vida da maioria das pessoas do mundo.

Troque o bonequinho montado na pessoa por qualquer coisa: vícios, medo, depressão, internet, dinheiro…todo mundo tem um senhor. Aquele a quem você obedece, se torna seu senhor. No meu caso, era a depressão. Ela vivia montada nas minhas costas, me dizendo como a vida era e como eu deveria enxergar as coisas. Eu acreditava nela. Achava que fazia parte de mim e não sabia como me libertar. Nas minhas mãos, se alternavam um espelho e uma lente distorcida por meio da qual eu interpretava o mundo. Ou eu estava olhando para mim mesma, ou através das lentes distorcidas. Aquilo, sim, era escravidão.

Religião eu já tinha e não adiantava nada. A Fé tem a ver com uma nova forma de enxergar a vida e orientar minhas reações. Conhecer Deus me fez livre, tirou o bonequinho da religião de cima das minhas costas. E entender os ensinamentos bíblicos mudou minha forma de me relacionar com as outras pessoas e comigo mesma. Desenvolvi autocontrole e hoje tenho uma estabilidade emocional que jamais pensei ser possível. A transformação que essa nova forma de viver fez na minha mente nenhum psicofármaco jamais conseguiu fazer (e olha que eu tomei um monte de coisa!), nenhuma terapia, nada.

Por isso, eu olho para essa imagem e a única coisa que consigo pensar é: “ok, se ele está falando de religião, está certo. Mas se está tentando dizer que a Fé em Jesus e na Bíblia escraviza, isso só mostra que não conhece nem a Fé, nem Jesus, nem liberdade”. Aí, meu amigo, nem faz sentido eu ficar ofendida ou brava com quem modificou o desenho ou com quem o compartilha. Sei que é uma provocação e sei que tanto a pessoa que fez essa ilustração quanto quem compartilhou não conhece o que eu conheço e estaríamos falando em idiomas diferentes.

Minha única intenção com esse comentário é deixar um depoimento para as pessoas sinceras que realmente gostam de reunir dados e avaliar sem preconceitos. Se você só conhece cristão burro, saiba que existem pessoas diferentes do lado de cá.  Assim como tem ateu bitolado e ignorante, cristão bitolado e ignorante, espírita bitolado e ignorante, muçulmano bitolado e ignorante, judeu bitolado e ignorante, budista bitolado e ignorante…ignorância e burrice não escolhem etnia, religião, corrente filosófica ou formação acadêmica.

A prova de que quem fez essa ilustração não faz a menor ideia do que a Bíblia ensina sobre Deus está justamente na Bíblia: “Instruir-te-ei e te guiarei no caminho que deves seguir; os Meus olhos estarão sobre ti para aconselhar-te. Não sejais como o cavalo ou a mula, que não possuem compreensão, mas precisam ser controlados com o uso de freios e rédeas, caso contrário não poderiam obedecer.” (Salmos 32.8,9).  

Deus orienta e, quem pensa, segue o conselho. E um desses conselhos é justamente não ser cabeça-dura, sem entendimento. Porque a Fé nos dá capacidade de pensar, de avaliar, de entender sem preconceitos, de ouvir um bom conselho e ter a humildade de obedecer, sabendo que é o melhor para nós.

A Fé nos dá força para seguir boas orientações, mesmo quando precisamos sacrificar nossa vontade (de brigar, de guardar mágoa ou de fazer algo de que nos arrependeremos depois, por exemplo). Conseguimos fazer nossas escolhas de acordo com o que será melhor para nós em vez de escolher de acordo com o primeiro impulso ou com uma forma errada de ver as coisas. Conseguimos dizer “não” ao que nos faz mal e viver uma vida tranquila, feliz, cheia de lutas e problemas, sim, mas cheia de força e vitórias. Com a força extra que recebemos pela Fé, conseguimos reagir e decidir com muito mais clareza. 

A opinião de Deus sobre esse assunto é que não devemos ser como o cavalo ou a mula. Deus não faz ninguém de cavalo. Ele nos convida a usar a cabeça, para que não precisemos ser controlados por nenhuma situação, pessoa, religião, ideologia, doença, depressão, ansiedade, insegurança e nem mesmo pelo nosso próprio coração confuso. E isso, meus amigos, é ser livre.

 

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*Releitura é o nome bonitinho que o povo dá para um plágio em que você modifica uma arte original, mas cita o nome do artista…

PS: Clique aqui para ver a imagem original da obra “Control” na página do artista no Facebook.

PS2: Não sei se a modificação foi feita com ou sem autorização do autor, mas aposto que sem…note que erraram o nome do autor no plágio na “releitura” acima. Eu tenho problemas sérios com esse negócio de se aproveitar do trabalho dos outros para modificar, distorcer e divulgar sem autorização, vocês sabem. Não é porque parei de atualizar o site Autor Desconhecido que deixei de apoiar a causa.