Diálogos Insanos – Sabedoria

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Imagem: Leo Cinezi

Davison, em um momento de seriedade extrema, durante uma conversa sobre produtividade, liderança e empreendedorismo:

– O trabalho bem feito você tem que procurar para ver. Já o trabalho malfeito é bem fácil de ver. Ele vem, dá um tapa na tua cara e sai correndo dando risada. Muitas empresas investem em procurar defeitos para resolver, mas as empresas que se saem melhor são aquelas que valorizam as pessoas que estão fazendo o trabalho bem feito. Tão importante quanto resolver os problemas é valorizar os pontos que já são fortes. Porque algumas pessoas estão fazendo certo, mas os olhos estão todos naquilo que está errado, então quem faz o certo pode se sentir desestimulado.

– Você é uma pessoa muito sábia, Davison.

– Por quê?

– Porque você fala coisas muito legais.

– Ele responde, voltando ao normal:

-Eu tenho um estoquezinho de coisas legais dentro de uma gavetinha. De vez em quando eu tiro uma e dou para você. O resto do tempo, fico quieto para parecer sábio.

 

PS: Para mais Diálogos Insanos, clique aqui.

PS2: Decidi ressuscitar essa categoria, porque todos os dias surgem diálogos memoráveis que merecem ser guardados para a posteridade e divulgados internacionalmente, para rabiscar nossa biografia com giz de cera.

 

O espírito do natal

 

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 Cartum: Davison Lampert

Olha que lindo! Hoje já é dia 24 de dezembro, o espírito do natal bate à porta… Não vamos deixar entrar, não, eu, hein!

Para mim, é uma libertação não comemorar essa data. Os shoppings estão lotados, um estresse absurdo…eu não tenho saído, mas meu marido foi ao supermercado e comentou que todo mundo parecia agitado e irritado. Não tinha ninguém feliz, em paz, e toda aquela frescurite em que o comércio quer que a gente acredite. Porque o “espírito do natal” não traz paz, não. 

Brigas em família, bebedeiras, acidentes, crimes passionais, suicídios, desgraças de todos os tipos se multiplicam nessa época do ano, muito além do que é considerado “normal”. As pessoas ficam mais emotivas, mas também mais passionais e esquisitas. Dá para esperar qualquer coisa. Mágoas, dívidas, confusões, pessoas se entregando a simpatias nonsense. A única coisa realmente boa desse período de festas é encontrar comidas que a gente não vê em outras épocas do ano. Cereja de verdade, por exemplo. Eu detesto cereja em calda, mas o Davison comprou dia desses um saquinho de cereja in natura e é completamente outra coisa. Veja só, é sempre possível conseguir um ângulo positivo em absolutamente tudo. 🙂

Comentando a coisa toda de natal e blá blá blá:

 

Estou em outra “vibe”, então é estranho ver as pessoas ligadas no “modo tradição mecânica”. Tenho que citar Deus aqui, amiguinhos, afinal de contas, dizem que é aniversário do filho dEle: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios Me honra, mas o seu coração está longe de Mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu”  (Isaías 29.13). O espírito que faz com que o povo aja assim é o mesmo espírito do natal. Parece que tomei a pílula vermelha de uns anos para cá e saí da Matrix.

Então, enquanto todo mundo está correndo, histérico, para comemorar o aniversário do menino papai noel, nós estamos  tranquilos em casa. Eu, trabalhando, como se fosse dia normal (e é, quem disse que não?), o Davison planejando as comidas normais que vamos comer (a pessoa é chique, tem marido chef), tranquilos, sem precisar mergulhar na areia movediça de dívidas de fim de ano.  

Ah, e não preciso montar uma árvore brega na sala (vai por mim, você só acha decoração de natal bonita porque tem memória afetiva dessas coisas natalinas…imagine colocar aqueles penduricalhos em qualquer época do ano e vai se dar conta de que é um troço esquisito) …ou melhor, me livro de ficar triste por não poder montar uma árvore de natal em casa porque, convenhamos, o Tiggy e a Ricota jamais permitiriam que bolinhas coloridas ficassem penduradas em uma árvore de plástico no meio da sala impunemente…

 

 

 

PS: Se você comora o natal, não se sinta ofendido. Essa é a minha opinião, você ainda tem o mundo inteiro para concordar com você. Eu sou minoria. 🙂 Mas aconselho fortemente a todos que assistam ao vídeo da Marelis Brum (clique aqui para ver) explicando por que ela não comemora o natal. Faço minhas as suas palavras, Marelis, falou tudo o que eu queria falar. Vídeo divertido e claríssimo. Dá para entender um pouco melhor meu posicionamento.

PS2:  Lembro da ceia de natal em uma igreja em que eu fui certa vez…tinha um leitão assado em cima da mesa com uma maçã na boca, que me tirou completamente a fome… O ápice da falta de noção é a pessoa assar um porco inteiro para – supostamente – comemorar o aniversário de um judeu…