Mais uma vez, Bergoglio

Quase nunca exponho minhas opiniões sobre a igreja católica porque religião é um assunto que desperta paixões…ou seja, toda e qualquer discussão a respeito acaba descambando para o lado emocional. E quando alguém me chama para uma discussão emocional, eu olho, respiro fundo e digo: “amiguinho, tenho mais o que fazer”. Mas passamos uma semana inteira tendo overdose papal e é difícil alguém conseguir não tocar no assunto.

No caso específico do Papa e o meu post que causou – e causa – histeria coletiva, minha indignação foi pela cara-de-pau de vender indulgências em troca de seguidores nas mídias sociais. Além disso, pelo uso de dinheiro público para um evento religioso em um Estado que se diz laico.

Eu não vejo TV. Não tenho tempo, nem paciência, as únicas coisas que acompanho pela TV são os programas The Love School e José do Egito. Minha informação vem de livros, revistas e internet. Mas não teve como não saber da cobertura da JMJ, feita pela mídia. É ainda mais absurdo ver de fora a maneira como a coisa tem sido conduzida. E o lastro que a visita de Bergoglio deixou foi algo do tipo: “oh, como ele é simples” ou, como disse a capa da Veja: “O papa dos pobres”

Não se iludam. Ratzinger saiu por estar com sua imagem desgastada pelos escândalos do Vatileaks. Bergoglio foi escolhido para fazer uma linha de falsa reforma da igreja, com uma maquiagenzinha básica, o papa bonzinho, simples, “do povo” para tentar evitar a diáspora dos jovens católicos para as igrejas evangélicas e diminuir o impacto das denúncias recebidas durante a gestão anterior, como se a mudança de pontífice mudasse a estrutura da igreja romana… Vou acreditar nessa conversa de “simplicidade e pobreza” quando ele abrir os cofres do Vaticano e doar toda a riqueza acumulada para os pobres da África…ou do Brasil, já que ele gostou tanto daqui.

 

 

PS: Para isso tenho um blog e não participo mais de grupos de discussão. Para escrever o que penso, expor minhas opiniões (quase sempre polêmicas, porque o mundo vai na onda do pensamento único) e contribuir com a pluralidade de ideias no mundo do cache do Google. Não para discutir com outras pessoas, porque nem tempo para isso eu tenho.

Você não vai conseguir

Bengal Kitten climbing an Tree

Eu sempre ouvia as pessoas dizendo, naqueles vídeos de superação: “Todo mundo me dizia que eu não ia conseguir, que eu não era capaz” e eu pensava: “Puxa, vida, que gente ruim”. Porque imaginava a pessoa dizendo, maldosamente:

– Você não vai conseguir! huahuahua (risada malévola)

No entanto, descobri que geralmente não é assim. E pensei em compartilhar com vocês algo que, se alguém tivesse me contado antes, teria me feito ficar mais esperta: Muitas vezes quem lhe diz que você não vai conseguir está falando “para o seu bem”!

Sério! Você espera essas coisas de um inimigo, mas jamais imagina que isso é muito mais frequente vindo de um “amigo”, com aquele tom de conselho, de quem tenta lhe alertar para o inevitável. É complicado porque o conselho de um amigo sempre nos pega desprevenidos, desarmados.

“Você vai ficar doente” ou “Você não vai aguentar muito tempo” vêm não com um tom de desestímulo, mas de alerta. Pessoas que lhe pedem para tirar o pé do acelerador quando você precisa acelerar, pessoas que insistem em lhe mostrar a situação enquanto seus olhos estão focados no impossível. Você está enxergando lá na frente, vendo o resultado que ninguém mais vê e sabe que se continuar nesse ritmo, em breve todo mundo verá o que hoje parece improvável.

Agradeça a preocupação dos amigos e vá em frente. Não que você vá desprezar bons conselhos, tenha discernimento para absorver os bons conselhos (e mudar para melhor) e diferenciá-los dos conselhos que só colocam para baixo e trazem dúvidas e medo. Se você tem certeza do que está fazendo, se você sabe que precisa continuar, que não pode desistir, vá em frente, mantenha a sua fé. Depois eles entenderão.

Se todo mundo agisse sempre igual, dentro da “margem de segurança”, ninguém jamais faria a diferença, ninguém jamais criaria algo importante, ninguém jamais ajudaria a ninguém. O mundo seria sem graça, opaco, inútil.

Se quiser sair do lugar e fazer algo de útil na sua vida e na vida dos outros, você vai conviver com esse tipo de “conselho”, vai ser mal interpretado (esqueça aquela vontade louca de se defender a qualquer ataque ou de justificar suas atitudes. Se começar a fazer isso, não fará mais nada na vida), vai ser rotulado, injustiçado e, muitas vezes, desacreditado. Não se sinta injustiçado, ainda que a injustiça bata à sua porta. Não se sinta atacado, ainda que esteja, de fato, sendo atacado. Simplesmente feche os olhos e siga em frente.

Faça o seu melhor, dê o melhor naquilo em que você acredita e não embarque na conversa daqueles que dizem querer  o seu bem e que lhe aconselham a desistir. Eles realmente querem o seu bem, mas a fé é algo individual. Você não vai conseguir convencer quem não crê. Isso, realmente, está acima das nossas forças. Você só consegue mudar a si mesmo.

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