Cuidado com os monstrinhos peludos

Jejum de Daniel. Período de 21 dias em que nos afastamos das informações seculares e focamos nossa mente nas coisas de Deus. É importante lembrar que o Jejum de Daniel não se trata só de ficar sem notícias ou de assistir a filmes cristãos. O principal do Jejum de Daniel, como todas as coisas de Deus, é o que acontece dentro da gente.

Porque não adianta só ficar sem assistir notícia, se a sua mente continua preocupada com os problemas. Não adianta não ver conteúdo secular e deixar seus pensamentos vagarem pela ansiedade com relação à sua vida, sem passar esses problemas e ansiedades para Deus. Você sabe que entregou tudo para Deus quando descansa. Porque se passou tudo para Ele, o problema agora é dEle e já não tira a sua paz e não ocupa os seus pensamentos. 

O mal sabe muito bem quais são os nossos pontos fracos. Sabe muito bem quais botõezinhos apertar para nos tirar do espírito e nos levar para a carne. Se estivermos no modo tridimensional, ocupados só com as coisas deste mundo, não conseguiremos nos conectar com Deus, fortalecer nossa fé e nos encher da presença dEle. É preciso subir o nível, digamos assim. O Jejum de Daniel é para diminuir o volume do mundo, para tirar o mundo de dentro de nós e fazer espaço para Deus. Mas como fazer isso se você desligou o noticiário, mas continua sintonizado no canal das preocupações dia após dia?

Depois de participar de algumas edições do Jejum de Daniel, a gente já tem facilidade de se desligar das distrações deste mundo do lado de fora. Mas e das distrações que vêm de dentro da gente? E os pensamentos e sentimentos aleatórios que chegam como monstrinhos peludos e fofinhos, que ficamos acariciando, entretendo e dando atenção por horas? Damos comidinha, água, brincamos com eles e ignoramos o fato de que são monstrinhos, mesmo quando começam a comer nossa alegria, nossa paz, nossa segurança, nossa fé, nossa saúde, nosso entusiasmo, nossa esperança…

Entregar os problemas e preocupações a Deus exige entendê-Lo como alguém que realmente existe, que pode e quer ajudar a resolver nossos problemas. Desabafar com Ele, entregar a Ele cada monstrinho, no momento em que percebemos que eles estão ali. Fazer uma faxina interior e limpar os pensamentos, os sentimentos, as intenções, para que nosso tempo seja ocupado com aquilo que realmente nos aproxime de Deus. E nada nos aproxima mais de Deus do que o sacrifício da nossa carne, da nossa vontade. Sacrificar os monstrinhos pode ser difícil no começo (e talvez seja necessário fazer isso várias vezes até que eles parem de voltar), mas nos dá uma força tão grande que conseguimos vencer o que vier. 

Eu estava pensando em alguns testemunhos que ouvi recentemente. Um rapaz foi batizado com o Espírito Santo andando na rua, o outro foi batizado com o Espírito Santo dirigindo o carro. Por quê? Certamente porque estavam com seus pensamentos ligados em Deus. Se estivessem ligados nos monstrinhos, nos problemas, nas preocupações, nas picuinhas deste mundo, nos cuidados desta vida, não teriam recebido nada. 

É a sua cabeça que precisa se desconectar deste mundo por 21 dias e se conectar a Deus. Aliás, faltam só 15 dias para o término do Jejum de Daniel. Garanto que o mundo não vai acabar se você separar esses últimos 15 dias do ano para se desconectar dessas coisas e buscar a Deus. Adie as preocupações, as distrações e tudo o que vier pedir sua atenção. Entregue tudo no Altar e foque sua atenção no que é realmente importante. 

Faça o que é sua obrigação fazer no trabalho e na escola, mas mesmo ali, converse com Deus a respeito do que está fazendo, peça ajuda e direção. Acabado o tempo de trabalho, volte sua atenção exclusiva para Ele.

Separar esses dias para Deus é a definição de santificar. Santificar os últimos 15 dias do ano. Para santificar, é preciso sacrificar. Abrir mão do que deixa você irritado, estressado, desconectado da fé. Sacrificando as brigas, as discussões, as preocupações, as ansiedades, meditando na Palavra de Deus, pensando em como aplicá-la na sua vida, pedindo a Deus ajuda para mudar seu comportamento, para nascer de novo. Pedindo a Deus o Espírito Santo. Quem fizer isso terá, em 2023, muito mais que um ano novo. Terá um coração novo e uma vida nova.

 

PS. Eu realmente espero que, toda vez que aparecer uma preocupação nova na sua cabeça, uma ansiedade, um pensamento que vem para tirar o seu foco ou um sentimento esquisito exigindo sua atenção, você se lembre da imagem do monstrinho peludo que abre este post e desista de alimentar isso aí (ou de carregá-lo na cabeça). 😄

 

Confie no Roteirista

Às vezes acompanho os comentários das pessoas sobre a série Reis e vejo alguns desavisados indignados sobre um ou outro acontecimento, dizendo que não foi assim que aconteceu, ou que não deveria ser de tal jeito, mas sim de outro. Mas, conhecendo toda a história e entendendo as conexões que os roteiristas estão fazendo, é possível perceber que tudo o que está acontecendo e que parece “errado” ou que parece não fazer sentido na hora, vai levar até o que deveria acontecer. Os acontecimentos vão construindo novos acontecimentos e justificando futuros resultados. 

Em vez de ficar reclamando e apontando defeitos que não existem, essas pessoas deveriam simplesmente sentar e assistir, esperando para ver aonde aqueles acontecimentos levarão a história. Histórias bem escritas são assim, porque a vida também é assim. As coisas não surgem do nada, elas vêm como resultado de diversos outros acontecimentos, que se combinam e encaixam. E quando é Deus que está responsável pelo roteiro (quando você entrega determinada situação nas mãos dEle), Ele cria um muito bem escrito, que fará todo o sentido depois. 

 A fé continua, a luta continua, mesmo diante de adversidades. A fé, aliás, se fortalece justamente nos momentos de adversidade. É quando acontecem coisas fora da nossa vontade e de nossos planos que nossa fé é exigida, para que confiemos no que não conseguimos ver ainda. Confiamos nAquele que vê o que não vemos. E essa confiança nos faz estar em paz, em todos os momentos. 

Nem sempre nossa vontade será feita, e é por isso que a única fé que realmente funciona e é capaz de sustentar alguém é a fé sacrificial. A fé que leva a pessoa a negar a si mesma, tomar a sua cruz e seguir a Jesus. Negar a si mesmo  também é negar sua vontade de se entregar à frustração e ao medo quando alguma coisa acontece diferente do que você esperava ou sai do seu controle. Você tem a certeza de que Deus sabe o que faz e que, ainda que não esteja entendendo na hora, um dia entenderá. A fé verdadeira, a fé que funciona, é também confiança. 

Nossa obrigação, diante de algum desafio da vida, é sempre colocar toda a nossa força naquilo que a gente crê, tendo CERTEZA do resultado, independentemente do que vê ou sente. Não cogitando o resultado contrário em momento algum. A regra é que, se aquilo em que a gente crê estiver de acordo com a vontade de Deus, vai acontecer. Principalmente se é algo que Ele já disse que nos daria, como cura, salvação, Espírito Santo, vitória sobre nossos inimigos, etc., não precisamos ficar abrindo espaço em nossa mente para dúvida, pensando “ah, mas e se não for da vontade de Deus?”. Se não for, a gente vai descobrir depois, e depois a gente lida com isso. A resposta é dEle. Nossa obrigação é pedir e crer que Ele vai fazer, sem duvidar. 

Em alguns casos, porém, mesmo tendo essa convicção inabalável, aquilo em que críamos não acontece. Ou, pior, acontece o contrário. Mas se você creu, confiou, se orou, jejuou e fez tudo o que era possível fazer e o resultado foi contrário, você fica tranquilo, mesmo que pareça não fazer sentido na hora, porque sabe que, se fez tudo o que tinha de fazer e não duvidou, não foi nem o diabo e nem a sua dúvida que atrapalhou o resultado. Confiando no Roteirista, você então aguarda os próximos capítulos, entendendo que a história não terminou. 

Você entende que a vontade de Deus, naquela situação específica e naquele momento específico, era diferente da sua. E, por saber que Ele é justo, benigno e perfeito, confia no movimento que Ele fez, se submete à vontade dEle e continua orando, confiante que o final da história dará sentido a todo o resto. A Bíblia diz que melhor é o fim das coisas do que o começo. Então, mantenhamos a nossa fé, a nossa paz e a nossa alegria. Que, aliás, ninguém pode tirar. 

As coisas estão nas mãos de Deus, e precisamos entender que, por mais que algumas pareçam favorecer a injustiça, Deus não é injusto. Então, precisamos esperar para ver o que vai acontecer nos próximos capítulos. Como eu disse, confiar no Escritor, para, depois de ter lido todo o livro, entender os seus porquês. 

 

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