Cuidados básicos com seu colchão inflável

Item 1: Não deixe seu colchão inflável ao alcance de felinos malucos (considere que “felinos malucos” é um pleonasmo).

Ricota é amadora. Ela chegou e deu uma ou duas mordidinhas no colchão inflável (não, eu não trouxe meus móveis para São Paulo e sim, tenho tentado me virar há dois meses com um colchãozinho inflável comprado na Decathlon, que eu poderia ter tranquilamente comprado no Carrefour), em local incerto e não sabido, e me obrigou a inflar o bendito colchão ao acordar e antes de dormir. Beleza.

Tiggy esperou, pacientemente, que suas unhas crescessem e, confiante que sua mamãe humana esqueceria de cortá-las novamente antes que elas se tornassem potencialmente fatais, planejou durante um mês o ataque terrorista mais perigoso da história desta família.

Hoje de manhã acordo com um gato amarelo muito doido colado na lateral do colchão, fingindo caçar um ratinho de brinquedo, cravando suas unhas no colchão inflável, sem dó, nem piedade. Levei alguns segundos para entender a gravidade da situação e gritar um “Não, Tiggy!!!” que o fez correr, feliz da vida, sabendo que fez uma bagunça incrível.

Já li em alguns sites de especialistas em comportamento felino, que não se deve dizer “não” acompanhado do nome do indivíduo bagunceiro. Até hoje ninguém me explicou o porquê, mas se eu fizer isso, acredite, eles me ignoram solenemente. Se dizendo o nome eles já olham com cara de “hã? É comigo?” imagina se eu não disser!!

Pois bem… algumas horas mais tarde, comecei a ouvir um “fiiiiiiiii” de ar escapando por algum lugar do colchão. Ricota, impressionadíssima, me ajudou a encontrar o furinho. Coloquei um adesivo (que a deixou ainda mais impressionada com a coisa toda) e parecia ter dado certo, mas algo me dizia que aquele não era o único furo…certamente estava acompanhado de toda a sua família em volta do colchão.

Inflei o colchão novamente e saí. Algumas (poucas) horas depois retornei, e eis que havia dois gatos visíveis em cima do colchão…e o Gatão quase submerso, provavelmente encostando no chão (tadinho do meu gato-baleia). O negócio estava praticamente desinflado!!! Inflei novamente e agora, menos de duas horas depois, sinto meu quadril tocar o solo…acredito que amanhã de manhã acordarei no chão…valeu, Tiggy!

No meio disso tudo, surrupiaram meu cartão de crédito no metrô e o novo cartão ainda não chegou…ou seja…terei de esperar mais um pouco antes de providenciar a bendita cama box que eu estava enrolando para comprar…mas como disse Jó, “eu sei que meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a Terra”…

O episódio do metrô apenas aumentou a revolta dentro de mim contra essa pobreza de ter de usar o metrô lotadão por falta de opção. Preciso de um carro estacionável, com o qual eu possa ir ao trabalho…e agora preciso fazer segunda via da minha habilitação, já que ela foi junto da carteira que o larápio surrupiou no vagão do metropolitano.

Aí eu esbarro em outro problema…a CNH é Carteira NACIONAL de habilitação, mas o DETRAN é Departamento ESTADUAL de trânsito…hoje resolvi dar um pulo no Detran de São Paulo e saí correndo na mesma hora. Mais lotado do que o metrô. A fila para o balcão de informações dava algumas voltas em torno de si mesma e eu desisti. Prefiro pedir minha segunda via no Rio Grande do Sul, mesmo, que a coisa é mais civilizada.

Enquanto escrevo essas bem traçadas linhas, o Gatão dorme em cima da mala (???…é uma mala rígida, o que não me parece um lugar muito confortável de se dormir), a Ricota e o Tiggy aqui comigo no colchão, com um ar de profunda satisfação felina, dever cumprido. Eu, sentada no colchão, sinto o piso sob mim…adiós, colchão inflável, lutou bravamente e sucumbiu diante do inevitável.

No problem, em breve terei móveis de verdade nesta casa. Móveis que não explodirão ao toque de unhas felinas…para a tristeza dos meus gatinhos.

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Como nasceu a Igreja Universal

Marcelo Crivella

Fé, revolta e sacrifício são a essência da vida com Deus. Fé lembra o profeta Habacuque e sua época, em que Jerusalém estava cercada por Nabucodonosor e a destruição era eminente. Seu livro tem apenas três capítulos e começa com uma pergunta: Por quê?

E quem de nós, pelo menos uma vez na vida, também não perguntou “por quê?”. Por que uma criança nasce com defeito? Por que um raio cai do céu e destrói a casa de um pobre? Por que uma bala perdida numa comunidade carente mata uma criança inocente? Por quê?

E Habacuque nas suas reflexões, no profundo do seu coração, cunhou uma sentença bela e estupenda que só podia vir de Deus: “O meu justo viverá pela sua fé”. Mas não se podia dizer.

Em um mundo injusto com tantas desigualdades, só a fé é capaz de garantir a vida. Sem ela somos atormentados por dúvidas e temores hesitantes,  um sal sem sabor, uma nuvem sem água vagando pelos céus, uma onda do mar levada pelos ventos, um morto vivo.

Naturalmente a fé causa uma revolta contra isso tudo e constrói com sacrifício a vitória derradeira. Esse caminho estreito e apertado foi o que Deus traçou para o surgimento da Igreja Universal.

O bispo Macedo, quando jovem, frequentou uma igreja evangélica na Zona Sul, por cerca de dez anos. Seu desejo era pregar, mas  os líderes não viam nele qualquer virtude ou talento, qualquer expressão que chamasse a atenção. Nem sequer teve a oportunidade de servir como obreiro. Dez anos não são dez dias. Outro teria desistido. Outro teria desanimado. Não ele. E a razão era a fé.

Movido pelo desejo de servir a Deus, ele e dois amigos foram para uma igreja no subúrbio. Eu era apenas um menino nessa ocasião, mas recordo que lá também o pastor fez a mesma avaliação. Passado algum tempo, consagrou os outros, mas não o bispo. Mais uma vez ele era colocado de lado, excluído, diminuído, enfrentava o preconceito, o desalento e a frustração. Outro teria desanimado. Outro teria desistido.

Um dia estava almoçando na casa da minha vó, quando ele entrou. E me permita aqui quebrar de leve o protocolo para fazer uma pequena lembrança, uma honrosa menção àquela senhora extraordinária. Um inesquecível exemplo de renúncia, dedicação e amor.

O bispo vinha avisar que deixaria o emprego para pregar o evangelho. Ele já era casado, tinha uma filha e a esposa estava grávida da segunda. Um gesto de  fé extrema para quem era desacreditado por todos. Para uma família humilde como a nossa, um emprego público como o dele  representava a garantia de uma vida livre do desemprego.

Ela apenas ponderou: “Não deixe de pagar o instituto, para garantir a aposentadoria quando envelhecer”.

Quando assisto essa orgia histérica dos insultos mais torpes, esse ódio neurótico, essa perseguição implacável, esse dilúvio de injurias, infâmias e calúnias contra o bispo e a igreja, que as pessoas são capazes de publicar com a mais equivocada convicção, o maior dos enganos, a tese transloucada de que ele engendrou uma fórmula para explorar os pobres, lamento com profunda amargura. Certamente não conhecem a Igreja Universal, quem somos e de onde viemos.

Pode ser que em alguma de nossas igrejas, seja no Brasil, na África, na Europa, na Ásia ou em qualquer parte do mundo, alguém, algum dia, tenha colocado sobre o altar um sacrifício tão grande quanto o dele, maior não. Ele ofereceu tudo que tinha, o próprio emprego sem qualquer garantia, sem qualquer esperança, senão por fé.

Passado um mês,  nasce sua segunda filha e fui pela manhã visitá-la no hospital do IASERJ. Ela havia nascido com lábio leporino e bebês assim são magrinhos, com olheiras, rosto deformado, uma ferida aberta na boca, sem uma parte dos lábios e com uma fenda no céu da boca, o que torna impossível  a amamentação, pois não conseguem fazer sucção, engasgam e padecem muito. Foram dias, meses, anos de um sofrimento atroz.

No caminho de volta, da praça da Cruz Vermelha até o Largo da Glória, caminhando ao longo da rua do Riachuelo, cada passo era uma lágrima. Como Habacuque eu perguntava: por quê? Por que um homem pobre, mas dizimista fiel, no momento supremo da sua existência, quando resolve deixar seu emprego, seu sustento, seu ganha pão, para pregar a Palavra, recebe como prêmio um castigo e dos piores, pois eu não sei se há dor maior do que um pai ir ao berçário de um hospital, apenas para ver, para constatar, que sua filha é a única enferma, a única ferida, frágil, sofrendo e chorando, enquanto as dos outros são tão bonitas.

E como sempre, nos momentos graves, minha família se reuniu na casa da minha vó. À tarde ele chega. Estava, naturalmente, muito triste, mas disse duas coisas que guardei. A primeira: “Eu vou gostar mais dela do que da outra”.

A outra, a quem se referia, era sua primeira filha, uma criança muito formosa. Não creio ser possível gostar mais de um filho que do outro, mas havia um significado mais profundo naquela expressão. Era muito mais que um pai tentando compensar, proteger ou extravasar sua dor.

Mais tarde, verifiquei que a essência daquelas palavras se refletiria no surgimento e na atuação da Igreja Universal, que é decididamente vocacionada a gostar mais daquele que sofre, do aflito e do necessitado.

E logo se começa a buscar as almas perdidas nas encruzilhadas, nas favelas, nos terreiros, nos manicômios, nas catacumbas dos vícios, na miséria  das drogas, na falência dos lares destruídos. Salões, galpões,  cinemas começam a encher com enfermos, pobres, desempregados, aflitos, endemoninhados em busca de alívio e libertação. O povo que andava em trevas viu uma grande luz.

A segunda coisa que  disse  foi:  “Eu não vou ficar com raiva de Deus. Vou ficar com raiva do diabo. Agora mesmo é que eu vou invadir o inferno para resgatar as almas perdidas”.

Ali já não era mais um rapaz qualquer, obscuro e anônimo. Ali nascia um líder. Nascia também um povo capaz de enfrentar os maiores desafios, as perseguições mais duras e virulentas.  Um povo de fibra  e força, que não recua, que não se agacha, que não foge da luta e nem teme o sacrifício.  Um povo com o olhar cravado nas promessas de Deus, para rasgar nos horizontes a perspectiva iluminada do seu destino. Um povo determinado, forjado, selado pela fé em Deus. E isso porque no momento mais difícil, mais cruel, mais duro, um justo viveu pela sua fé!

A Igreja Universal não surgiu com a deliberação de uma assembleia de homens ilustres, ou de um conselho diretor ou de uma fundação de notáveis. Nem tão pouco foi subsidiada, patrocinada, bancada por recursos do governo ou de um milionário caridoso. Essa igreja é a resposta simples, direta e fiel de um Deus que honra a fé, a revolta e o sacrifício.

A frase, “Eu não vou ficar com raiva de Deus. Eu vou ficar com raiva do diabo”, marca a revolta da fé. Se ficasse com raiva de Deus seria a rebelião, e o resultado seria um oceano de fracasso, um Himalaia de frustração. Os rebeldes culpam a Deus pelos infortúnios da vida. A rebeldia tem formas distintas e sutis de se manifestar. Alguns rebeldes afrontam os mandamentos desafiando a Deus com seus pecados e crimes. Outros manifestam uma indiferença fria e distante com as coisas de Deus, fazendo da própria vida um imenso desperdício de tempo e uma triste história de mediocridade. Há também os fariseus que são os rebeldes de igreja que conhecem a palavra, mas não a pratica.

Abraão foi revoltado quando vagava no deserto esperando a promessa, que demorava chegar. No entanto, nunca  se rebelou. Moisés se revoltou com a escravidão do seu povo, como Josué se revoltou quando na terra prometida encontrou muralhas e gigantes, mas não foram rebeldes. Davi se revoltou contra as afrontas do Golias. Jó, o mais revoltado de todos, que  no ápice do seu sofrimento amaldiçoou o dia em que nasceu, jamais se rebelou. Ele continua  a ser, através dos tempos, o mais veemente exemplo do que um homem é capaz de suportar e vencer quando é movido por sua fé.  E foi no seu sacrifício que Deus lhe restituiu sete vezes mais.

A vida do justo não é a vida do convento, do mosteiro no alto do monte ou da santidade absoluta. É a vida da fé, das lutas do dia-a-dia na planície da vida. Com suas virtudes e defeitos, injustiçado e perseguido, como ovelha entre lobos, que às vezes chora, mas sabe que será consolado, que tem sede e fome de justiça e crê que será saciado. Gente simples e humilde com todas as veras da sua alma. Que põe a mão no arado e não olha para trás, custe o que custar, doe o que doer.  Que não se apequena,  que não se acovarda. Filhos da fé, da revolta e do sacrifício.

Esteja certo. Deus vê/ o que você tem passado/ perseguido, injustiçado/ um sufoco desgraçado/  Deus vê/ o seu rosto amargurado/ tantos planos fracassados/ tantas noites acordado. Mas o que Deus precisa ver/ é a revolta em seu olhar/ é a vontade de lutar/ e ser abençoado.  A fé vem pelo ouvir/ mas o agir pela revolta. Sem luta não há vitória/ sem obras a fé é morta. É tempo de se revoltar/ é tempo de agir a fé/ construir os nossos sonhos/ ou Deus é ou não é. É tempo de se revoltar/ é tempo de agir a fé. É tempo de Deus ver/ que covarde você não é.

Marcelo Crivella

PS: Hoje a IURD faz  34 anos. Graças a Deus por essa obra na qual ingressei há 11 anos e transformou completamente minha vida há dois anos, quando decidi me entregar completamente a Deus da maneira como aprendemos ali dentro. Se eu não tivesse feito isso, nem viva estaria mais. Que Deus abençoe minha amada igreja, meu querido Bispo Macedo e toda a sua família.

PS2: A quem tem interesse em conhecer melhor o que é a Igreja Universal, a programação da IURD TV é uma boa escolha. O programa das 9h às 11h é ao vivo, e ali você não vai ver um pastor com pinta de super santo, mas pessoas comuns, sinceras em sua fé, falando aquilo em que acreditam. Sei que na quarta às 22h o culto é transmitido ao vivo e acho que no domingo às 9h30, também (nunca vi porque assisto pessoalmente).

Para acessar a IURD TV, clique aqui.

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