Ajuste os padrões de funcionamento da sua cabeça

Nosso cérebro funciona por padrões. Padrões de pensamento, padrões de comportamento, padrões de resolução de problemas. O conjunto que você usar para uma coisa, possivelmente você usará para todas as outras — ou para a maioria. Porque o cérebro precisa economizar energia. Esse é o modo natural dele. Ele tenta estabelecer padrões e rotinas que possam operar no modo automático para que não seja preciso gastar muita energia com esses processos. 

Se você não toma a frente desse sistema, ativamente, os padrões e rotinas criados serão coisas aleatórias que possivelmente não estarão alinhadas ao que você espera de si mesmo. Então, se você se habitua a resolver as coisas na força do seu braço, esse é o padrão que você usará para resolver qualquer situação. Se você se acostuma a reagir com ansiedade diante de um problema, é assim que reagirá diante de qualquer situação.

Sabendo disso, sua tarefa agora será se acostumar a agir a sua fé diante de um problema. Assim que se deparar com uma ansiedade ou algum problema, você vai reagir de acordo com o que aprendeu na Bíblia (e um milhão setecentos e vinte mil quatrocentos e noventa e nove vezes aqui neste blog, porque acho que é um dos versículos mais colocados por aqui hahaha): 

“Não estejam inquietos por coisa alguma; antes as suas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e os seus pensamentos em Cristo Jesus.”

Filipenses 4.6-7

 Lá vai você, diante de uma ansiedade, um problema ou uma inquietação, orar para que seus pedidos sejam conhecidos diante de Deus. Coloque diante dEle tudo, tudo, tudo. Fale como se conversasse com um amigo. Ou como se escrevesse uma mensagem privada para mim contando todos os seus problemas. Porque às vezes as pessoas me mandam umas mensagens bem legais, expondo toda a situação que lhes incomoda, e eu nem sempre consigo responder, mas sempre oro por elas e fico pensando se elas falaram aquilo, daquele jeito, para Deus. 

 Falar com uma pessoa dá a sensação de que você será ajudado, mas uma pessoa, por mais conselhos que possa te dar, não tem poder para resolver o seu problema. Deus tem. E Ele não está longe ou inacessível. O mesmo esforço que você faz para contar seu problema para alguém, você pode fazer para contar seu problema para Deus. Se esforce para dar a Deus, no mínimo, a mesma credibilidade que você daria a uma pessoa que pudesse resolver o seu problema.

Se é mais fácil para você escrever (eu super entendo, porque organizo meus pensamentos muito melhor por escrito. Às vezes só entendo alguma coisa quando coloco no papel), então escreva para Deus. Mantenha um caderno (e eu sou fã e defensora dos caderninhos e bloquinhos físicos de papel para isso. Daqui a uns dez anos a gente conversa e você vai concordar. Tenho disquetes nos quais guardei arquivos 15 anos atrás que nem tenho mais como recuperar, e tenho cadernos de 30 anos que posso abrir e ler os pensamentos da Vanessinha de 11) ou uma caderneta para anotar seus pensamentos (escreva a data!) e suas orações. 

Ore antes, pedindo para Deus te ajudar a entender o que vai escrever, e ore depois, agradecendo pelo que você conseguiu expressar e por saber que Ele ouviu e, pela fé, já respondeu. E não se desfaça dessas anotações, porque elas serão registros para o seu testemunho. De muitas coisas eu só me lembro (e conto hoje) porque escrevi. 

Mas, enfim, se você não quer escrever, não tem problema. O importante é que FALE para Deus. Escrevendo ou não, registrando ou não, obedeça à orientação bíblica e exponha para Deus todas as suas ansiedades. Peça a Ele direção e você saberá o que fazer. Talvez não saiba imediatamente, mas a direção virá depois, em forma de certeza. A gente tem que orar sabendo que está sendo ouvido. Não importa se você está SENTINDO que está sendo ouvido ou SENTINDO que não está sendo ouvido. Basta SABER que está sendo ouvido.

 Quando você está diante de uma pessoa que não tem problema auditivo e fala com ela, você SABE que ela está ouvindo. Você não se preocupa em SENTIR que está sendo ouvido, não é mesmo? Então transporte essa mesma lógica para a conversa com Deus. Fale com Ele e saiba que Ele está ouvindo. Desabafe, peça o que precisa e agradeça por ter sido ouvido, porque sabe que Ele vai responder.

E a Palavra de Deus diz que, DEPOIS que você fizer isso, a paz de Deus guardará o seu coração e os seus pensamentos. Entenda bem: ela não diz que você vai SENTIR essa paz. Um tempo atrás, uma pessoa me escreveu: “Eu busco a Deus, mas não consigo ter aquela paz e certeza que vocês falam. Eu não tenho essa certeza dentro de mim de que Deus é comigo ou de que Ele me aceitou.”

 Diagnóstico errado. Ela achava que não tinha essa certeza porque não tinha a paz, mas a verdade é que estava esperando SENTIR paz para ter certeza. Mas a certeza vem de CRER na Palavra que diz que, se você O buscar de todo o coração, Ele se deixará achar. E a paz segue a essa CERTEZA, que é racional, e vem de CRER, não de sentir.  

As coisas de Deus são assim. O primeiro passo é nosso: crer. Só então as coisas começam a acontecer. Se você começar a mudar seus padrões de ação e reação para padrões de fé, de certeza, dessa certeza maluca que não depende do que vê ou sente, você verá coisas extraordinárias acontecerem em sua vida. 

E se sua vida está uma porcaria, convenhamos, você não tem nada a perder se começar a mudar seu modo de entender as coisas com base no que tem aprendido aqui neste blog. Decida fazer isso a partir de hoje, e veja o que vai acontecer.

 

 

PS. Não tem a ver com o assunto, mas tenho que avisar que publiquei um vídeo novo no canal, sobre por que muitas pessoas não recebem o batismo com o Espírito Santo (aquele pessoal que diz: “eu faço tudo certinho, mas não recebo o Espírito Santo”). Se você ainda não viu, clique aqui para assistir!

PS2. Ainda falando sobre o canal, agradeço a quem tem comentado por lá e também a quem tem curtido e se inscrito. Os comentários estão muito legais e têm me dado diversas ideias para textos e vídeos. Não passei muito bem nas últimas semanas (por isso sumi), mas agora voltamos à programação normal. 😛

Procura-se a resistência

Em pleno século 21, nos vemos coagidos a entrar em caixinhas rotuladas e a pertencer a “categorias”, como se as pessoas de cada “categoria” tivessem as mesmas opiniões sobre os mesmos assuntos e não pudessem nunca ter um relacionamento saudável com pessoas de fora da sua bolha. 

Cresci e me desenvolvi em um mundo realmente plural, onde diversidade não tinha a ver com características físicas externas, mas com ideias e opiniões. Pensávamos diferente, tínhamos bagagens diferentes, mas nos deliciávamos ao descobrir pequenas similaridades em interesses e pensamentos.  Essas semelhanças nos uniam e nossas diferenças não nos afastavam. Isso foi antes do mainstream enlouquecer e decidir que agora estava na hora de acabar com o mundo e instaurar uma distopia que vai terminar com algum anticristo governando a coisa toda.

Porém, ainda existe a resistência. A resistência silenciosa (presa na espiral do silêncio por coação ou por vontade própria e preguiça de discutir com gente burra mesmo) que gosta de falar sobre bons livros, de compartilhar vídeos de bichinhos fofinhos, de observar girassóis, de plantar tomates, de admirar a natureza, e procurar o melhor nos outros e em si mesmo. A resistência que acredita que as pessoas não são seus corpos ou suas características físicas e que todo mundo tem condições de pensar (embora nem todos se interessem por isso). 

A resistência que entende que opinião deve ser bem fundamentada e que não precisa dar opinião sobre tudo o tempo todo. A resistência que gosta de respeitar o outro e de fazer as pessoas se sentirem felizes, mesmo quando pensam diferente. A resistência que não suporta a ideia de xingar ou agredir alguém. A resistência que está em paz e gosta de transmitir essa paz para outras pessoas. 

Ainda existe a resistência, e é com essas pessoas que eu quero falar. Não com os descerebrados beligerantes que gostam de metralhar desconhecidos (e conhecidos também, por que não?) em embates intermináveis e absolutamente inúteis entre pessoas que não querem e não vão ouvir o outro ou mudar de opinião. 

Não entendo o que leva essas pessoas a gastarem horas e horas do seu tempo inutilmente dessa forma. Confesso já ter sido belicosa no passado, mas não consigo me lembrar o que me levava a isso. Insegurança? Necessidade de autoafirmação? Não sei dizer. Só sei que agora, eu sou a resistência. Tenho minhas ideias, tenho minhas opiniões, elas não estão presas em caixinhas, em categorias, não falo por grupos e não me imponho rótulos. 

Se alguém quiser me conhecer, tem que ser pelos antigos métodos: o de ouvir, observar e acreditar. Conviver, ler, reler, escutar com atenção. Eu sou textão. Como a maioria das pessoas, aliás. Somos textões cheios de parágrafos e vírgulas e reticências e parênteses. Somos nuances e detalhes. Não podemos ser lidos por cima, correndo, de qualquer jeito. Você nunca vai entender ninguém se ler as pessoas assim. 

E eu realmente espero que a resistência, apesar de silenciosa, se encontre e consiga montar uma rede de conexões saudáveis no meio de todo esse caos, como um oásis de inteligência para acolher aqueles rebeldes que quiserem uma vida tranquila, próspera e feliz de verdade. É o que gostaria de fazer. É o que gostaria que todos os que são essa resistência pacífica e inconformada fizessem.

Se você também faz parte dessa resistência, que não está minimamente interessada em se digladiar com desconhecidos nas redes sociais em rinhas pautadas pela mídia, que não quer odiar pessoas por não serem cópias de você, que não compra os dogmas do mundo e nem os defende com a força visceral de uma defesa religiosa, fique à vontade por aqui e por qualquer outro lugar em que eu esteja. Gostaria que pudéssemos nos unir, ainda que na intersecção de nossos nichos de interesse e pensamento. Desde que se mantenha o respeito, aqui você nunca será desconsiderado. 

 

 

 

PS. Tenho que acrescentar um “desde que se mantenha o respeito” porque também não é a casa da mãe Joana, né? O mundo civilizado foi invadido por pessoas tão mal educadas que acham que podem entrar em blogs e redes sociais dos outros e sair ofendendo, xingando e sendo grosseiras com relação a assuntos e pessoas que são importantes para os donos dos blogs e perfis, com a desculpa de “dar a própria opinião”. Sou da velha guarda da internet. Tia Vanessa é um dinossauro que modera comentários, silencia contas e conversas inteiras no Twitter. Mas só de gente mal educada. Paz. Justiça. Respeito. Diversidade de pensamento. Educação. Sinceridade. Verdade. São poucas as coisas que eu prezo e exijo de quem convive comigo. Quer seja pessoalmente ou virtualmente, porque não faço distinção. Não sou uma pessoa online e outra pessoa offline. E acho que ninguém deveria ser.