O verdadeiro tesouro de Deus

Imagem: dois léptons da época de Cristo, como as pequenas moedas da viúva. Fonte: CNG Coins

Texto: Davison Lampert

Há cerca de dois mil anos, na Judeia, havia uma mulher que, aos olhos de todos, não possuía muito valor. Era uma viúva, sem recursos financeiros, provavelmente sem família, que dependia da generosidade alheia para sobreviver. Na escala social, ela estava lá embaixo, junto aos excluídos e desamparados.

Certo dia ela se dirigiu ao lindo Templo erguido ao Senhor, na cidade de Jerusalém. Despercebida na multidão, subiu as escadarias, entrou no grande átrio e se dirigiu à arca do tesouro. Ali, entre pessoas ricas e importantes, depositou sua oferta a Deus. Oferta insignificante aos olhos dos que presenciavam a cena — somente duas pequenas moedas de pouco valor —, mas que era tudo o que possuía e o que lhe garantiria um pouco de comida para passar o dia, se muito.

O que ela não poderia imaginar é que ao seu lado estava o próprio Senhor, a quem tanto amava e desejava honrar. O Senhor Jesus a observava calado, maravilhado com seu gesto de entrega, confiança e amor. Ela estava Lhe entregando todo o seu sustento. Aquelas duas moedas representavam a sua própria vida perante Deus. Como uma criança que confia inteiramente em seu pai, ela se atirava em Seus braços, sem medo de nada, sem questionar o seu futuro, sem dar importância ao que sua situação precária lhe dizia. Ela desejava somente declarar a Deus que Ele estava em primeiro lugar, que não havia coisa alguma neste mundo maior ou mais importante do que Ele, nem mesmo a sua própria existência. Ela colocou sua vida naquela arca e se tornou o próprio tesouro de Deus; ela entregou o perfeito sacrifício.

A reação imediata do Senhor Jesus foi a de honrá-la na frente de todos. Era a Sua única opção, não havia como agir de outra forma. Ela não Lhe deixou outra escolha. Na sua pobreza, ela deu muito mais para Deus do que as grandes somas em dinheiro que os outros depositavam. Aqueles davam a Deus do que lhes sobrava, do que não lhes faria diferença, do resto. Embora fossem altas as quantias, suas ofertas diziam para Deus que não confiavam nEle. Mas a oferta da viúva provou que ela confiava. Duvido que ela tenha continuado na pobreza ou em necessidade depois daquilo, porque o Senhor Jesus não poderia ignorar um sacrifício como aquele. Ele a exaltou na frente dos Seus discípulos e com certeza continuou a ampará-la depois, conforme a Sua promessa de honrar aqueles que O honram.

A oferta da viúva, embora ínfima em termos materiais, chamou muito a atenção de Deus, porque Ele não estava ali esperando receber dinheiro, mas a vida daquelas pessoas. A verdadeira riqueza não é o valor financeiro da oferta, mas o que aquela oferta representa. A oferta dos outros representava muito pouco, ou mesmo nada, para Deus. Era dinheiro, e dinheiro não tem valor. Já a viúva mostrou que seu coração não estava naquilo que possuía. Por mais necessitada que estivesse, seu coração estava em Deus, no Altar.

Este é o Espírito da Universal, de entrega total a Deus. Espírito que nos move a colocar nossa dependência e esperança nEle, sem olhar para os lados, sem prestar atenção às circunstâncias, sem dar ouvidos à voz do mundo — pois o mundo odeia o verdadeiro sacrifício —, sem jamais nos enxergarmos como vítimas das situações. E da mesma forma como o Senhor se alegrou e honrou a viúva pobre, Ele, perante todos, se alegrará e honrará aqueles que verdadeiramente O colocarem acima de tudo, como primeiro em suas vidas.

Por: Davison Lampert.

 

Como progredir

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 Existem parasitas que dominam a mente do hospedeiro a ponto de fazê-lo arriscar a própria vida (e até morrer) pelos interesses do parasita. O parasita cresce na barriga do gafanhoto, mas só termina seu desenvolvimento na água. Então, ele faz o gafanhoto se atirar na água (e morrer!), para que ele possa sair e continuar seu ciclo.

Outro parasita invade o corpo do caranguejo e faz com que o hospedeiro viva em função dele, a ponto de o caranguejo cuidar dos ovos do parasita! O gremlin tem esse comportamento. Ele manipula sua mente para conseguir o alimento de que precisa.

Mas você tem uma vantagem sobre o gafanhoto e o caranguejo (uma, não, várias rs), você não é uma vítima zumbi indefesa. Tanto que já tem visto progressos ao aplicar o que tem aprendido aqui. Aliás, aprenda outra coisa: se você aplicou o que aprendeu e viu UM progresso que seja, mesmo que pequeno e por pouco tempo, já viu um progresso.

Não considere as vezes que não viu progresso ou mesmo o fato de ter cometido algum erro e ouvido o gremlin — que depois disse para você desistir porque, no raciocínio que ele quer que você tenha, se você errou uma vez, nunca mais vai conseguir. Isso não faz sentido algum (até porque a maioria dos que já conseguiram alguma coisa falhou muitas vezes antes de acertar), mas ele joga o pensamento e você não percebe o erro.

Não considere as vezes que não viu progresso ou mesmo o fato de ter cometido algum erro e ouvido o gremlin — que depois disse para você desistir porque, no raciocínio que ele quer que você tenha, se você errou uma vez, nunca mais vai conseguir. Isso não faz sentido algum, mas ele joga o pensamento e você não percebe o erro.

Repito: se você viu UM progresso, quer dizer que o progresso já está ali. Mesmo que tenha visto MEIO progresso. Leu e ENTENDEU o que está errado. Isso já é um progresso! Se apegue a isso e com certeza verá outros. 

Depois de três anos de violenta seca, sem nenhuma gota de chuva, o profeta Elias estava orando e esperando chuva no alto do monte Carmelo.

“E disse ao seu servo: Sobe agora, e olha para o lado do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então disse ele: Volta lá sete vezes. E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça. E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro, e foi para Jizreel.”
1 Reis 18.42-45

Percebeu? Não tinha vento, não tinha chuva, não tinha nada. Elias não deu a menor bola para o fato de não ver nada. Continuou insistindo, até ver. Quando finalmente o servo percebeu algum progresso, era uma nuvenzinha ridiculamente pequena. Mas era um progresso. Elias não queria saber o tamanho do progresso. O importante é que já tinha uma nuvem. Então, ele agiu como se viesse uma tempestade, a ponto de mandar avisar ao rei para voltar pra casa. Não estava enganando o rei ou mentindo, estava convicto daquilo por que viu o progresso. E, só aí, o céu escureceu, veio vento e uma super chuva. Elias precisou insistir até ver. Não com medo de não ver, mas CONVICTO de que veria. Ele sabia que, cedo ou tarde, o sinal apareceria.

É assim que funciona. Pense nos pequenos progressos como sinais de que vai alcançar o seu objetivo, independentemente do que o gremlin diga ou faça você sentir. Não espere ver para insistir, não é esse o caminho da fé consciente. Insista até ver. Ao colocar o foco no pequeno progresso como sinal de que alcançará sua meta, inevitavelmente você experimentará novos progressos (da mesma forma que ficar se focando nos fracassos traz mais fracasso, se focar no progresso traz mais progresso). Em menos tempo do que imagina, aquela nuvenzinha minúscula se transformará em uma grande tempestade.

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*Para quem está chegando agora: “gremlin” é como chamo os monstrinhos invisíveis que imagino sentados em nossos ombros sugerindo pensamentos negativos. Eu os imagino com aquela cara dos monstrinhos do filme Gremlins, principalmente para não querer um troço desses no meu ombro. 

 Se quiser entender melhor a referência, leia esses dois posts do Jejum de Daniel:

Dando crédito à voz do gremlin

O estado de drama e as lentes verdes do gremlin